O novo senador por Goiás, Wilder Pedro de Morais (DEM), herdará não só a cadeira deixada por Demóstenes Torres, deposto do cargo anteontem, mas também a desconfiança e as pressões por, assim como seu antecessor, manter relações com Carlinhos Cachoeira. A avaliação dos parlamentares da CPI do Cachoeira é de que Wilder terá de dar explicações assim que assumir a cadeira na Casa nos próximos dias.
Um grampo telefônico feito pela Polícia Federal (PF), com autorização da Justiça, mostra o novo senador agradecendo a Cachoeira por ter sido escolhido suplente de Demóstenes e secretário estadual de Infraestrutura de Goiás. Os dois, no entanto, tiveram problemas pessoais, quando a ex-mulher e mãe dos dois filhos do agora senador, Andressa Mendonça, pediu a separação para ficar com Cachoeira. Ela e o bicheiro estão casados atualmente.
Até o momento, no entanto, a CPI não considera as gravações da PF suficientes para colocar Wilder no alvo das investigações da comissão. O presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou ontem que ainda não tinha ouvido os grampos. "Não posso dizer se sou contra ou a favor da convocação. A CPI voltará a se reunir na primeira sexta-feira após o fim do recesso parlamentar (de 17 de julho a 1º de agosto). Se apresentarem um requerimento de convocação, vamos apreciá-lo."
Ainda que haja um movimento, sobretudo da base aliada, para tentar jogar Wilder na alça de mira das apurações, ele poderá dizer que não era senador quando os grampos foram feitos — argumento frequente de parlamentares em casos de detecção de irregularidades. Entretanto, integrantes da CPI já elaboraram o contra-argumento caso Wilder apresente alegação semelhante. "O decoro parlamentar, cobrado ao senador, deve se estender ao seu suplente, uma vez que a condição dele é a de quem está na expectativa de assumir o mandato", decretou o senador Randolfe Rodrigue (PSol-AP).
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