Reunião do G-8 fecha roteiro de Lula

Além da Alemanha, o presidente visitará o Marrocos, Inglaterra e Índia – um parceiro visto como estratégico. Brasil, Índia, China, África do Sul e México – países convidados pela Alemanha para participarem da reunião do G-8 no mês que vem – defenderão a necessidade de se incentivar o desenvolvimento econômico dos países em desenvolvimento e de ampliação do combate à fome. A mensagem constará de um comunicado conjunto a ser divulgado durante a reunião do grupo dos países mais ricos do mundo mais a Rússia, agendada para entre os dias 6 e 8 na cidade alemã de Heiligendamm. Os cinco países também demandarão o aumento dos esforços na luta contra o aquecimento global e a diversificação das fontes energéticas.
A reunião do G-8, grupo de nações integrado pelos sete países mais ricos do mundo (Estados Unidos, Alemanha, Itália, França, Canadá, Reino Unido e Japão) e pela Rússia, será a quarta etapa da viagem internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que terá início nesta sexta-feira. Primeiro, Lula irá a Londres, onde participará da inauguração do novo estádio de Wembley. A cerimônia contará com um jogo amistoso entre as seleções de Brasil e Inglaterra. O estádio original foi demolido em 2000.

No sábado, o presidente seguirá para a Índia. Além de liderar uma missão de cerca de 100 empresários brasileiros que participará de encontros com líderes da iniciativa privada indiana, o presidente abordará com as autoridades do país asiático os principais temas da agenda bilateral. Brasil e Índia já mantêm uma "parceria estratégica", o que na linguagem diplomática significa um diálogo com um patamar político mais elevado.

"A prioridade dessa viagem é ampla, e não tópica. Trata-se da consolidação da elevação de patamar das relações em razão de interesses comuns", destacou Roberto Jaguaribe, subsecretário de Assuntos Políticos do Itamaraty. Brasil e Índia querem mais que triplicar, até 2010, o intercâmbio comercial. As trocas comerciais entre os dois países somam aproximadamente US$ 3 bilhões por ano. A meta é de que tal cifra alcance US$ 10 bilhões ao fim do mandato do presidente Lula. Segundo Jaguaribe, a missão brasileira tem também o objetivo de promover os biocombustíveis.
A Índia é um dos principais produtores de cana-de-açúcar do mundo, mas privilegia o uso do produto para o atendimento da demanda doméstica de açúcar. O Brasil espera convencer os indianos a elevarem sua produção de etanol a fim de fortalecer o mercado mundial de álcool. A iniciativa faz parte da estratégia do governo Lula de tentar transformar o etanol em uma commodity energética. De acordo com o subsecretário do Itamaraty, o aumento da produção de etanol não prejudicaria o fornecimento de açúcar no mercado indiano.

O Brasil espera também atrair investimentos de companhias indianas dos setores de Tecnologia da Informação e farmacêutico. As autoridades brasileiras argumentarão aos empresários indianos que o mercado consumidor nacional apresenta grandes oportunidades de negócios. Já o interesse do governo na área de medicamentos deve-se aos laboratórios indianos que produzem remédios genéricos. Indústrias indianas, por exemplo, fornecerão o remédio que substituirá o Efavirenz, anti-retroviral que teve recentemente o licenciamento compulsório decretado pelo governo Lula.
Empreiteiras brasileiras estão interessadas em projetos na Índia, assim como empresas indianas podem investir em infra-estrutura no Brasil. O presidente Lula também tratará de parcerias nos segmentos aerospacial, defesa e transportes.
Entre os dias 5 e 6, o presidente Lula estará no Marrocos. Será uma visita protocolar. O Brasil considera o país um importante interlocutor com os países africanos e árabes. O presidente retorna ao Brasil no dia 9.

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