A eleição do sucessor do presidente Lula em 2010 é um teatro de operações ainda distante, mas as escaramuças já começaram dentro do PSDB, o principal partido da oposição. Na segunda- feira 14, os dois postulantes do partido, os governadores Aécio Neves, de Minas Gerais, e José Serra, de São Paulo, deixaram de lado a diplomacia e mostraram que estão em pé de guerra. Aécio já tinha irritado a cúpula tucana dias antes, ao se encontrar sigilosamente com dirigentes do PMDB e, mais grave, ao declarar que não via problemas em se coligar com os petistas na disputa pela cadeira presidencial. Não satisfeito, o mineiro lançou uma grande ofensiva no território de Serra. O campo de batalha dos tucanos foi o Jockey Club de São Paulo, onde o político mineiro foi homenageado por empresários paulistas como a estrela ascendente da política nacional. Um observador presente à festa dos 132 anos do Jockey Club, que acompanhava a disputa política sem se desgrudar da corrida – não a eleitoral, mas a das raias –, chamou a atenção para um detalhe: na disputa do 7º páreo – Prêmio Aécio Neves – eram três os cavalos mais cotados para a prova: um chamava-se Só Ação e o outro Improvável. Mas o vencedor da noite seria o cavalo Estrela Bela.
O certo é que o brilho da estrela Aécio deixou José Serra mudo e com cara de poucos amigos. Até uma hora antes do evento, ele relutava em ir à festa. “A pirraça foi resolvida depois que o próprio Aécio foi, em seu próprio carro, resgatá- lo”, conta uma fonte palaciana. O ataque de fúria contagiou também o expresidente Fernando Henrique Cardoso, que até o final da tarde negava sua presença. Na verdade, os tucanos paulistas apostaram numa estratégia de esvaziar o evento e desqualificar a presença do governador mineiro no Estado. Mas Serra chegou à conclusão de que a atitude de não comparecer seria um tiro no pé. O governador de São Paulo deixou claro que havia uma grande distância entre comparecer e ovacionar Aécio: durante as duas vezes em que o mineiro foi aplaudido pelo público, Serra nem sequer se deu ao trabalho de tirar as mãos debaixo da mesa. Aécio não deixou por menos. No final de seu agradecimento, o neto de Tancredo Neves, certamente inspirado no avô, alfinetou seu oponente. “Sabemos, governador, que na política, em alguns momentos, os gestos valem mais do que as palavras”, concluiu.
Para quem acredita em coincidências, vale notar que em 1952, um outro governador mineiro e candidato à Presidência foi agraciado no mesmo Jockey Club de São Paulo. Chamava-se Juscelino Kubitschek de Oliveira. Da Isto É
O certo é que o brilho da estrela Aécio deixou José Serra mudo e com cara de poucos amigos. Até uma hora antes do evento, ele relutava em ir à festa. “A pirraça foi resolvida depois que o próprio Aécio foi, em seu próprio carro, resgatá- lo”, conta uma fonte palaciana. O ataque de fúria contagiou também o expresidente Fernando Henrique Cardoso, que até o final da tarde negava sua presença. Na verdade, os tucanos paulistas apostaram numa estratégia de esvaziar o evento e desqualificar a presença do governador mineiro no Estado. Mas Serra chegou à conclusão de que a atitude de não comparecer seria um tiro no pé. O governador de São Paulo deixou claro que havia uma grande distância entre comparecer e ovacionar Aécio: durante as duas vezes em que o mineiro foi aplaudido pelo público, Serra nem sequer se deu ao trabalho de tirar as mãos debaixo da mesa. Aécio não deixou por menos. No final de seu agradecimento, o neto de Tancredo Neves, certamente inspirado no avô, alfinetou seu oponente. “Sabemos, governador, que na política, em alguns momentos, os gestos valem mais do que as palavras”, concluiu.
Para quem acredita em coincidências, vale notar que em 1952, um outro governador mineiro e candidato à Presidência foi agraciado no mesmo Jockey Club de São Paulo. Chamava-se Juscelino Kubitschek de Oliveira. Da Isto É
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