Para tucanos, Kassab sinaliza que pode recuar


Depois de semanas de conversas tensas entre integrantes do PSDB e do DEM sobre a sucessão do comando da Prefeitura de São Paulo, o encontro entre os pré-candidatos, o prefeito da capital, Gilberto Kassab (DEM) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), na quarta-feira, acalmou lideranças dos dois partidos. A reunião, segundo dirigentes tucanos, rendeu sinais de que pode ser possível um recuo do DEM na disputa. Entretanto, segundo comentário de Kassab a interlocutores, essa possibilidade não é cogitada.

No mesmo dia, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), veio a São Paulo e conversou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o presidente do diretório municipal, José Henrique Reis Lobo. Depois da reunião entre Alckmin e Kassab, o PSDB municipal cancelou duas mobilizações a favor da candidatura do tucano marcadas para o começo da próxima semana. Já o prefeito evitou falar sobre sua sucessão e comentou apenas sobre a importância da manutenção da aliança.

Sob o mesmo argumento, a bancada de vereadores do PSDB da capital divulgou nota defendendo a "preservação da aliança com os democratas, independentemente da candidatura que venha a ser definida". Para eles, é preciso considerar os "avanços conquistados nos últimos anos por um governo que foi eleito e que administra a cidade". Mas negam que seja um ato a favor do prefeito. "Não é um apoio ao Kassab", disse o vereador Gilberto Natalini. "O PSDB pode liderar a chapa. O que queremos é a unidade."

Ao apaziguar a situação, os dois partidos querem protelar a decisão e ganhar tempo para medir qual candidatura terá mais chance de vencer o PT, segundo dizem dirigentes. "Duas candidaturas, do DEM e do PSDB, é o pior dos quadros. Mostra a incapacidade de diálogo", disse o secretário municipal de Esportes, Walter Feldman. As pesquisas eleitorais serão importantes na definição, conforme afirmam não só tucanos mas também o ex-presidente do DEM, Jorge Bornhausen, segundo interlocutores.

Por este motivo, Kassab concentrou no primeiro semestre a entrega de obras nas áreas de Saúde, Educação e Habitação. Além disso, o DEM terá a exibição de programas partidários na televisão e no rádio antes de maio. O crescimento de Kassab, entretanto, pode ser limitado e não está descartado o recuo do DEM, dizem interlocutores dos dois partidos. No último levantamento do Datafolha, em novembro de 2007, Alckmin tinha 26%, Marta Suplicy (PT), 25% e Kassab, 13%. "Se as pesquisas indicarem o PSDB com chance de ganhar do PT, a retirada da candidatura de Kassab não será um simples recuo. Será uma saída de honra para ele", considerou um dirigente tucano. Mas a tese é rejeitada por Kassab, dizem auxiliares.


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