Ministro Mantega enfrentou saia-justa em festa da elite paulista
Ela é judia e representa a quarta geração de uma das mais tradicionais famílias da indústria paulista. Ele é descendente de libaneses e filho do principal representante político dos empresários do Estado. O casamento da advogada Adriana Feffer,23, filha de David Feffer, do Grupo Suzano Papel e Celulose, com o empresário de moda André Skaf, 25, filho de Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), reuniu a elite do poder e do PIB na noite de sábado num verdadeiro clima de ecumenismo religioso. Mas não foi só.
Nos dois salões construídos na casa da família Feffer, nos Jardins, especialmente para o casamento - um para cerimônia e outro para a apresentação de show e jantar - também observou-se certo ecumenismo político. Pelo menos foi o que tentaram os organizadores, na distribuição dos convidados pelas mesas.
O presidente Lula estava confirmado na lista de 1.800 convidados (dos quais compareceram 1.500) até poucas horas antes do casamento. Mas não foi. O escolhido para representá-lo foi o titular da Fazenda, Guido Mantega, o ministro com mais arestas com o pai do noivo, Paulo Skaf, principal líder do movimento que acabou com a CPMF.
No salão de festas, Mantega ainda teve que dividir a mesa com dois dos maiores expoentes do tucanato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador José Serra, além de Andrea Matarazzo e Joseph Safra.
Em mesa próxima, uma cadeira ficou vazia: a do prefeito Gilberto Kassab, filiado ao DEM e provável candidato à reeleição. Ele iria sentar-se ao lado de outros dois pretendentes à cadeira de prefeito: Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Também estavam na mesa Luis Favre, marido de Marta, o vice-governador Alberto Goldman (PSDB) e o casal Nelson Jobim (PMDB), ministro da Defesa. O prefeito, alegando outro compromisso, saudou os noivos e saiu. Preferiu deixar a conversa sobre a disputa eleitoral para Marta e Alckmin.
Além de Marta e Mantega, não havia nenhum outro petista ilustre entre os convidados. Na opinião de Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder dos tucanos no Senado, a explicação para essa ausência era óbvia: “Os petistas não vieram porque ainda não digeriram a derrota na batalha pela CPMF.”
Ao lado de seu colega Tasso Jereissati (PSDB-CE), Virgílio fazia questão de alardear que está levando muito a sério a sua pré-candidatura à Presidência da República.
O casamento causou confusão no tráfego da região. Motoristas que tentavam estacionar nos arredores da rua Peru ouviam a mesma explicação da CET: “Se parar seu carro aqui, pára tudo: a Venezuela, a Colômbia e o México.”
Um motorista não resistiu à chance da piada: “Vocês estão falando das ruas do entorno ou esse é o casamento do Hugo Chávez?”
Uma equipe de onze agentes da CET foi escalada para garantir a fluidez do trânsito. Para isso, a instituição recebeu R$ 3.762,00. Como assim? É uma lei nova, da gestão Kassab: quem precisar usar a via pública aluga o serviço para embarque.
Cerca de 400 pessoas participaram da organização da festa, que durou até as cinco horas da madrugada. Na dúvida sobre o que usar na grande noite, a noiva encomendou três vestidos. Um criado por Oscar de la Renta, outro por Demi Queiroz e o terceiro, escolhido por ela, assinado por Wanda Borges.
Doris Bicudo e Pedro Venceslau, com coordenação de Sonia Racy
SÃO PAULO
FRASE
Arthur Virgílio
Senador (PSDB-AM)
“Os petistas não vieram porque ainda não digeriram a derrota na batalha pela CPMF”
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