A alta nos preços dos alimentos devido à escassez de produtos, que provocou revoltas em diferentes países do mundo, chegou aos Estados Unidos. Redes como a Wal-Mart e a Costco impuseram limites na venda de alguns produtos, como o arroz. No caso da Wal-Mart, a medida afeta por enquanto só os centros Sam's Club, de venda em grandes quantidades e do qual é necessário ser sócio, assim como no caso da Costco.
Em comunicado divulgado na quarta-feira, citado hoje pela imprensa local, a Wal-Mart afirma que tem "arroz suficiente" para os membros do Sam's Club, mas especificou que tinha decidido limitar a venda de arroz como medida "preventiva". A partir de agora, os clientes desses centros não poderão levar mais de quatro sacos de nove quilos de arroz branco importado em cada compra.
Além disso, a Costco anunciou esta semana que a demanda de farinha, arroz e alguns óleos disparou, acrescentando que, em algumas lojas da rede, as vendas de arroz foram limitadas a dois sacos por dia. A companhia afirma que, por enquanto, não planeja impor a restrição em nível nacional.
Em sua edição de hoje, o jornal "Los Angeles Times" indica que os preços dos alimentos estão aumentando a um ritmo anual de 5% nos Estados Unidos.
Brasil
No Brasil, depois do feijão, agora o arroz é o vilão da inflação. Nos últimos 30 dias, o produto já aumentou 15% nos supermercados e deve ter novas altas nas próximas semanas. No acumulado de 12 meses até março, nos supermercados de São Paulo, o feijão subiu 168,44%. Mas teve queda de preço de 12,34% no mês anterior.
"Do fim do ano passado para cá, o arroz vinha subindo em marcha lenta e até março estava com alta acumulada em torno de 5%. Mas, nas últimas semanas, deu um salto e deve subir mais", prevê o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva Moreira. O preço médio da saca do produto em abril ficou em R$ 65. Em março, era de R$ 57,70.
"O preço do arroz subiu no mercado internacional por vários motivos e há escassez do produto", diz o diretor da RC Consultores, Fábio Silveira. A demanda mundial também explodiu, lembra, principalmente na Ásia, onde se consome muito arroz. O Brasil, embora seja produtor, não teve uma safra muito boa para elevar os estoques domésticos diante de uma economia aquecida.
Para garantir o abastecimento interno e conter a alta dos preços, o governo decidiu suspender temporariamente as exportações de arroz, que poderiam chegar a 800 mil toneladas neste ano. A decisão foi anunciada ontem pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, no Palácio do Planalto, após o lançamento de medidas de apoio à pesquisa agrícola, o chamado PAC da Embrapa.
"O Brasil é auto-suficiente em arroz e tem um pequeno estoque excedente, mas, para a segurança do abastecimento nos próximos seis a oito meses, quando virá o período da entressafra, as exportações foram suspensas", disse Stephanes, lembrando que países africanos e sul-americanos haviam demonstrado interesse em importar cerca de 500 mil toneladas de arroz do Brasil.
Outros produtos
O trigo é outro produto com alta de preço que está pressionando toda a cadeia de farináceos. "Nos últimos 45 dias, a farinha para a indústria de biscoito aumentou quase 50%. Essa alta ainda não chegou totalmente ao bolso do consumidor, mas os fornecedores já estão falando em reajuste de 20%", diz o vice-presidente da Apas.
Ele prevê para maio reajustes nos preços de macarrão, biscoitos, bolos e demais produtos que utilizam farinha de trigo como matéria-prima.No atacado, o trigo está com aumento de 55% este mês em relação a abril de 2007 e uma alta de 8% na comparação com março.
O óleo de soja, também com aumentos sucessivos, registra alta nos supermercados paulistas de 56, 18% nos últimos 12 meses até março. "O óleo de soja está custando para o consumidor em torno de R$ 3,20. Há 8 meses, custava entre R$ 1,70 e R$ 1,90", diz Moreira.
No atacado, em abril, o produto apresenta alta de 3%, mas, segundo Fábio Silveira, os preços tendem a diminuir porque a soja está caindo de preço. Na Bolsa de Cereais de São Paulo, a queda em abril no preço do grão é de 4,3% em relação a março.
"Na verdade, o que se vê mais é uma flutuação de preços, com altas e quedas. Mas o problema é que alguns dos aumentos, como é o caso do arroz, provocam um estrago maior pelo peso que têm no índice de inflação", diz Silveira. Sua percepção é que a alta de preços se esgotará logo. Em março, o preço da cesta de alimentos e produtos de higiene da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) teve aumento real de 9,58%.
Em comunicado divulgado na quarta-feira, citado hoje pela imprensa local, a Wal-Mart afirma que tem "arroz suficiente" para os membros do Sam's Club, mas especificou que tinha decidido limitar a venda de arroz como medida "preventiva". A partir de agora, os clientes desses centros não poderão levar mais de quatro sacos de nove quilos de arroz branco importado em cada compra.
Além disso, a Costco anunciou esta semana que a demanda de farinha, arroz e alguns óleos disparou, acrescentando que, em algumas lojas da rede, as vendas de arroz foram limitadas a dois sacos por dia. A companhia afirma que, por enquanto, não planeja impor a restrição em nível nacional.
Em sua edição de hoje, o jornal "Los Angeles Times" indica que os preços dos alimentos estão aumentando a um ritmo anual de 5% nos Estados Unidos.
Brasil
No Brasil, depois do feijão, agora o arroz é o vilão da inflação. Nos últimos 30 dias, o produto já aumentou 15% nos supermercados e deve ter novas altas nas próximas semanas. No acumulado de 12 meses até março, nos supermercados de São Paulo, o feijão subiu 168,44%. Mas teve queda de preço de 12,34% no mês anterior.
"Do fim do ano passado para cá, o arroz vinha subindo em marcha lenta e até março estava com alta acumulada em torno de 5%. Mas, nas últimas semanas, deu um salto e deve subir mais", prevê o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva Moreira. O preço médio da saca do produto em abril ficou em R$ 65. Em março, era de R$ 57,70.
"O preço do arroz subiu no mercado internacional por vários motivos e há escassez do produto", diz o diretor da RC Consultores, Fábio Silveira. A demanda mundial também explodiu, lembra, principalmente na Ásia, onde se consome muito arroz. O Brasil, embora seja produtor, não teve uma safra muito boa para elevar os estoques domésticos diante de uma economia aquecida.
Para garantir o abastecimento interno e conter a alta dos preços, o governo decidiu suspender temporariamente as exportações de arroz, que poderiam chegar a 800 mil toneladas neste ano. A decisão foi anunciada ontem pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, no Palácio do Planalto, após o lançamento de medidas de apoio à pesquisa agrícola, o chamado PAC da Embrapa.
"O Brasil é auto-suficiente em arroz e tem um pequeno estoque excedente, mas, para a segurança do abastecimento nos próximos seis a oito meses, quando virá o período da entressafra, as exportações foram suspensas", disse Stephanes, lembrando que países africanos e sul-americanos haviam demonstrado interesse em importar cerca de 500 mil toneladas de arroz do Brasil.
Outros produtos
O trigo é outro produto com alta de preço que está pressionando toda a cadeia de farináceos. "Nos últimos 45 dias, a farinha para a indústria de biscoito aumentou quase 50%. Essa alta ainda não chegou totalmente ao bolso do consumidor, mas os fornecedores já estão falando em reajuste de 20%", diz o vice-presidente da Apas.
Ele prevê para maio reajustes nos preços de macarrão, biscoitos, bolos e demais produtos que utilizam farinha de trigo como matéria-prima.No atacado, o trigo está com aumento de 55% este mês em relação a abril de 2007 e uma alta de 8% na comparação com março.
O óleo de soja, também com aumentos sucessivos, registra alta nos supermercados paulistas de 56, 18% nos últimos 12 meses até março. "O óleo de soja está custando para o consumidor em torno de R$ 3,20. Há 8 meses, custava entre R$ 1,70 e R$ 1,90", diz Moreira.
No atacado, em abril, o produto apresenta alta de 3%, mas, segundo Fábio Silveira, os preços tendem a diminuir porque a soja está caindo de preço. Na Bolsa de Cereais de São Paulo, a queda em abril no preço do grão é de 4,3% em relação a março.
"Na verdade, o que se vê mais é uma flutuação de preços, com altas e quedas. Mas o problema é que alguns dos aumentos, como é o caso do arroz, provocam um estrago maior pelo peso que têm no índice de inflação", diz Silveira. Sua percepção é que a alta de preços se esgotará logo. Em março, o preço da cesta de alimentos e produtos de higiene da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) teve aumento real de 9,58%.
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