Uma operação da PF (Polícia Federal) realizada nesta sexta-feira em Roraima para combater a pedofilia e o tráfico de drogas prendeu oito pessoas. Entre elas estão o procurador-geral do Estado, Luciano Alves de Queiroz, um major da PM (Polícia Militar), um funcionário do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e empresários.
Denominada operação Arcanjo, ela foi deflagrada às 6h30 (horário local, 7h30 no horário de Brasília), e cumpriu oito mandados de prisão e oito de busca e apreensão. De acordo com o superintendente da PF em Roraima, José Maria Fonseca, as investigações tiveram início há seis meses, após uma denúncia do Conselho Tutelar de Boa Vista.
A notícia dava conta de que havia uma rede de tráfico de drogas que contava com abuso de crianças e adolescentes e envolvimento de autoridades estaduais. Dois homens foram presos suspeitos de fornecer drogas ao grupo.
Fonseca afirma que os mandados judiciais expedidos pela 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Roraima foram feitos a partir de denúncias e imagens que, segundo ele, comprovam envolvimento dos acusados em pedofilia. As crianças têm entre 6 e 14 anos de idade e, em alguns casos, seriam convencidas a usar drogas.
As denúncias apontam que a mãe de uma das crianças oferecia a filha para prostituição. "Ela [a mãe] arregimentava outras crianças na escola onde a filha estudava", afirmou o delegado,
O nome da mãe foi informado pela PF, mas a Folha Online não o publica porque o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) não permite que sejam divulgadas identidades de menores envolvidos em crimes nem dos pais deles.
Segundo o delegado da PF Ivan Herrero Fernandes, que chefiou a operação, os presos, além do procurador-geral, são o major da PM Raimundo Ferreira Gomes, o funcionário do TRE Hebron Silva Vilhena e os empresários Givanildo dos Santos Castro, José Queiroz da Silva, conhecido como Carola, Valdivino Queiroz da Silva, identificado como Val, e Jackson Ferreira do Nascimento.
Castro, segundo PF, foi preso em sua casa nesta manhã abusando sexualmente de uma garota de dez anos.
Segundo Fonseca, participaram da ação 70 policiais federais e 20 homens da Força Nacional de Segurança. Entre os materiais apreendidos estão computadores, filmes e pen drives. O material passará por perícia.
Os suspeitos devem responder a processo por sedução e corrupção de menores.
Outro lado
Em nota, o governador José de Anchieta Júnior (PSDB) lamentou as acusações e informou ter decidido afastar o procurador-geral. Ele afirmou que "não tem poderes para controlar a vida pessoal de assessores". A nota informa ainda que ele irá aguardar informações oficiais a respeito do caso para, eventualmente, adotar as medida administrativas adequadas.
O TRE confirmou que Hebron é funcionário do órgão, mas até as 13h (horário de Brasília), não comentou o assunto.
A PM informou que não havia posicionamento a respeito por desconhecer as acusações. Confirmou apenas que ele presta serviço no Comando-Geral da PM.
0 comentários.:
Postar um comentário