DEM larga mal nas regiões Sul e Sudeste


As primeiras pesquisas de intenção de voto indicam que não será na disputa municipal de outubro que o DEM vai conseguir cravar suas estacas eleitorais no Sul e Sudeste, regiões com áreas de grande concentração urbana, que poderiam fazer do partido algo mais do que um bom aliado na disputa de 2010. As mesmas pesquisas mostram, pelo menos por enquanto, a tendência do partido de, mais uma vez, engordar no Norte e Nordeste.

O DEM vai mal com Gilberto Kassab, em São Paulo - onde o candidato à reeleição conta com o apoio do governador tucano, José Serra -, e pior ainda com Solange Amaral, no Rio, onde tem o prefeito reeleito Cesar Maia.

Porto Alegre, outra capital onde o DEM, por causa da fragmentação partidária, sonhava em arrancar com alguma chance, registra desempenho baixo do deputado Onyx Lorenzoni - com 5% das intenções de voto, segundo a última sondagem do Datafolha (23-24 julho), bem atrás do líder, José Fogaça (PMDB), que tem 29%, da petista Maria do Rosário (20%) e da candidata do PC do B, Manuela D’Ávila (18%). Em Belo Horizonte, Gustavo Valadares (DEM) está com 2%, segundo pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo, divulgada no dia 20.

Tesoureiro nacional e estrategista do DEM, o ex-deputado Saulo Queiroz admite que a meta de focar o crescimento do partido no Sul e no Sudeste “por ora está afastada”. Queiroz e a cúpula do DEM avaliam, porém, que mesmo assim o partido faz boa largada. “O grande fato político para o DEM é que estamos na liderança da disputa pela prefeitura de cinco capitais - Belém, Fortaleza, Recife, Salvador e Palmas”, diz. “Isto é fantástico para um partido que está fora do poder há oito anos e faz oposição dura a um governo muitíssimo bem avaliado.”

NORTE E NORDESTE

Em Belém, o último Ibope (7-10 julho) dá 24% das intenções de voto a Valéria Vic Pires (DEM), contra 29% do líder, o candidato Duciomar Costa (PTB).

Fortaleza, segundo o Vox Populi (11-12 de julho), tem uma disputa renhida entre Moroni Torgan (DEM), com 30%, e a prefeita candidata à reeleição, Luizianne Lins (PT), com 26%.

No Recife, pesquisa Ibope dá a liderança a Mendonça Neto (DEM), com 30%, seguido dos adversários Cadoca (PSC) e João da Costa (PT), com 22% e 20%, respectivamente.

Situação parecida à de Salvador, onde ACM Neto (DEM) lidera com 27%, segundo o Datafolha, seguido de perto pelo tucano Antônio Imbassahy, com 25% das intenções de voto.

Palmas é um mistério, pois ainda não há pesquisas dos grandes institutos e todos os candidatos cantam vantagem. A candidata do DEM é Nilmar Ruiz, ex-prefeita e deputada.

AVALIAÇÕES

Recentes avaliações dos cenários de alianças e das primeiras pesquisa eleitorais, feitas pela cúpula do DEM, indicam que falta ao partido uma mensagem que o torne conhecido do eleitorado do Centro-Sul.

Um líder do DEM paulista disse ao Estado que, embora Kassab tenha ficado no lugar de José Serra à frente da prefeitura mais importante do Brasil, o eleitor paulista que quer se posicionar como anti-Marta e anti-PT está optando por Geraldo Alckmin, “que tem um apoio envergonhado do governador”.

Kassab, segundo pesquisa Ibope encomendada pelo Estado e TV Globo, não passa de 10% de intenções de voto, contra 34% de Marta e 31% de Alckmin.

No Rio, o DEM lamenta que a personalidade de Cesar Maia seja maior que o partido, não permitindo criar uma liderança à altura do desafio eleitoral sonhado - o candidato Eduardo Paes (PMDB), ex-deputado tucano, é cria política de Maia, mas hoje é “cabralista”.

Solange Amaral (DEM) amarga 5% de intenções de voto, ainda segundo o Ibope, contra Marcelo Crivella (PRB) com 24% e Jandira Feghali (PC do B) com 14%.

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