Cresce expectativa sobre viagem de Lula à China


O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto espera que a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, em maio, acelere o processo de abertura de compras de carnes suína do Brasil. Essa seria a primeira vez que a China compraria a carne suína do Brasil. No caso do frango, no fim de janeiro os chineses aprovaram as licenças para o Brasil vender carne de frango. E há negociação em curso para as vendas de carne bovina.

O secretário também está otimista com o cenário da balança do agronegócio em 2009 mesmo diante da redução da demanda mundial. Para ele, os preços das principais commodities agrícolas devem manter a tendência de recuperação ao longo deste ano. "Houve uma queda generalizada dos preços das commodities agrícolas e não agrícolas (em meados de 2008). Mas as agrícolas começaram a se recuperar em dezembro, embora devam ficar em um nível menor do que a média de 2008. Porém, ainda ficarão acima dos níveis de anos anteriores que foram níveis remuneradores".

O Brasil negocia a venda de carne suína para China desde o fim de 2007. Porto espera que a liberação para as vendas de carne suína aconteça até maio, mês em que o presidente Lula fará visita ao país asiático, acompanhado de uma missão empresarial. "A expectativa é que até lá todo o procedimento seja aprovado. E haja o anuncio da abertura para as exportações de carne suína do Brasil para China", declarou o secretário.

A China no ano passado importou quase US$ 1 bilhão de aves. E de carne suína o valor foi de cerca de US$ 200 milhões. "Esse é um mercado que temos que disputar com outros fornecedores, mas temos mais competitividade", disse Porto, sem querer fazer expectativas de vendas do Brasil de ambos produtos para China este ano. O governo brasileiro quer também vender carne bovina para China. Otimista, Porto acredita que isso deve acontecer até o fim deste ano.

A despeito do impacto da crise financeira mundial na demanda, o secretário esbanja otimista em relação ao desempenho da balança comercial do agronegócio em 2009. Para ele, a tendência para este ano é de retomada dos preços das commodities agrícolas, como soja e milho, as mais demandadas no mercado internacional. O único produto que está com preço em baixa é o algodão, que, segundo avalia, não conseguiu até agora se recuperar.

O clima é um fator que vai garantir a retomada dos preços agrícolas este ano. "Temos visto seca no Cone Sul, na Austrália e muito gelo na Europa e Estados Unidos. Por tanto, o clima está muito desfavorável no mundo", disse o secretário que participou ontem do lançamento da Agenda Internacional 2009 na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A agenda foi lançada pelo Ministério de Comércio Exterior (Mdic), em parceria com Itamaraty e outros órgãos. Para Porto, os preços em baixa dos produtos agrícolas brasileiros em relação ao dólar deve permitir o ganho de mercado no exterior.

Porém, isso não deve compensar a perda da demanda mundial pelos produtos brasileiros. O governo pretende ampliar os destinos e diversificar a pauta de exportação este ano. "Não deve compensar a perda. Porque o grande mercado que deve ser aberto este ano é o da China para aves e suínos", disse.

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