O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tratou ontem de desautorizar a interpretação, que começava a se formar dentro do próprio governo, de que o câncer linfático enfrentado pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, poderia fortalecê-la na eleição presidencial de 2010. "Não posso imaginar como alguém sai fortalecido porque dizem que teve um câncer", afirmou, depois de uma reunião com o presidente peruano, Alan Garcia, em Rio Branco (AC).
Na véspera, em Manaus (AM), o próprio assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, comentou que a "coragem" com a qual Dilma enfrentou a doença pode ter "impactado muito favoravelmente" na opinião pública. Na semana passada a ministra fez uma cirurgia para retirar um linfoma próximo à axila e agora terá que se submeter a um tratamento quimioterápico.
"Só estou desejando a recuperação de Dilma. Certamente ela não tem mais nada, o câncer já foi retirado e agora é apenas um tratamento preventivo", disse o presidente. Na véspera, também em Manaus, Lula pediu que a população "ore" pela ministra e reafirmou que ela é a candidata de sua preferência para sucedê-lo.
Ao lado de Lula, o presidente peruano afirmou que Dilma será fortalecida não pela doença "que pode superar rapidamente", mas "pela popularidade" e pelas "políticas sociais exitosas" do governo Lula. Garcia manifestou ainda "solidariedade" à ministra, a quem classificou de "exemplo de ação e capacidade da mulher latino-americana".
No encontro em Rio Branco, Lula e Garcia assinaram protocolos voltados à integração econômica entre os dois países. Um deles prevê a realização de estudos de viabilidade para a construção de seis usinas hidrelétricas no Peru em parceria entre a Eletrobrás e empresas do país vizinho. Eles também determinaram que seus ministros criem medidas para facilitar o trânsito de pessoas e mercadorias na fronteira e destacaram a construção da rodovia interoceânica, que deve ser concluída até o fim do ano que vem ligando o Acre à costa do Pacífico.
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