Casal Zoghbi pede ajuda a senadores


O casal João Carlos e Denise Zoghbi tem deixado o Senado em estado de alerta. Desde o início da semana, depois que ÉPOCA revelou que a ama de leite de João Carlos recebeu recursos do Banco Cruzeiro do Sul, que opera crédito consignado na Casa, o casal tem telefonado para os senadores mais próximos com pedidos de ajuda. Entre outras coisas, eles pedem para não serem "esquecidos" no depois do escândalo. Senadores como Renan Calheiros (PMDB-AL), o primeiro a ser procurado, além de Efraim Morais (DEM-PB) e Romeu Tuma (PTB-SP) ouviram os pedidos do casal. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), também retornou telefones para os dois. Denise foi chefe de gabinete de Lobão no Senado.

Época revelou em sua última edição que Zoghbi pôs a empresa Contact Assessoria de Créditos no nome de Maria Izabel Gomes, sua ama de leite de 83 anos, usando-a como laranja. A Contact e outras empresas de que Maria Izabel se tornou sócia movimentaram R$ 2,3 milhões, dinheiro para renovar o contrato do banco Cruzeiro do Sul em crédito consignado com centenas de servidores do Senado. Na segunda-feira, depois da denúncia, o Banco Cruzeiro do Sul cancelou o contrato firmado com a Contact, a empresa que estava no nome de Maria Izabel.

Durante os telefonemas aos senadores, João Carlos e Denise se mostraram, em alguns momentos, desesperados. Choraram em mais de uma ocasião. O estado de alerta no Senado deve-se a um único medo: de que os dois possam contar o que viram e ouviram durante os anos em que faziam parte da elite burocrática da Casa. João Carlos foi diretor de Recursos Humanos por quase uma década. Denise ocupou diversos cargos, até ser demitida da direção do Instituto Legislativo Brasileiro no ano passado. Ela foi obrigada a deixar o cargo - junto com outros seis parentes - depois que o Supremo Tribunal Federal obrigou o parlamento a tomar medidas contra o nepotismo.

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