Ao circular por Brasília, hoje, a governadora Yeda Crusius espera angariar apoio do PSDB para rebater as novas denúncias sobre irregularidades na campanha eleitoral. A direção nacional do partido, porém, reluta em fazer uma defesa incondicional do governo gaúcho. “Nós temos solidariedade e temos confiança nela, mas a tarefa da defesa é da governadora e de seus auxiliares. Nós não estamos sendo acusados. Não estamos sendo vitimados com nenhum tipo de denúncia”, disse ontem o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Yeda irá se encontrar com Guerra hoje pela manhã. Eles já conversaram por telefone na sexta-feira, mas o senador pretende esperar pelas explicações da governadora. A mesma precaução foi registrada durante uma reunião da bancada do partido na Câmara, cujo objetivo era debater as estratégias para as eleições presidenciais de 2010. Aliados da governadora já identificaram um certo distanciamento do governador de São Paulo, José Serra.
Os mais aguerridos defensores da governadora na bancada são dois deputados: José Aníbal (SP) e Cláudio Diaz (RS). Eles querem rapidez na conclusão do inquérito da Polícia Civil que apura a morte do ex-assessor do governo do estado Marcelo Cavalcante.
Audiência
A governadora já havia conversado ontem com o senador Pedro Simon (PMDB) e telefonado para o gabinete da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Yeda não conseguiu marcar uma audiência com Dilma, que tinha viajado a São Paulo. A Simon, ela comunicou a intenção de visitá-lo no Senado. “Ela estava tensa. Depois do telefonema, pedi ao Ministério Público Federal que diga se afinal existe alguma fita com essas denúncias. O Rio Grande não pode ficar vivendo esse clima”, disse Simon.
Hoje pela manhã, Yeda começa a organizar um contra-ataque jurídico. Ela irá se reunir com um dos mais famosos advogados de Brasília, o gaúcho Eduardo Ferrão. Pretende discutir a possibilidade de acionar judicialmente a empresária Magda Koenigkan, viúva de Cavalcante, e políticos filiados ao PSol, autores das denúncias de caixa 2 na campanha tucana ao Piratini.
A contratação de Ferrão foi sugerida pela executiva nacional do PSDB. Para a cúpula da legenda, até agora Yeda não demonstrou contundência ao rebater as acusações. No entendimento dos dirigentes, a falta de firmeza estaria alimentando o surgimento de novas suspeitas. “Ela precisa ir para o enfrentamento. Não basta apenas negar eventuais irregularidades”, comenta um parlamentar tucano.
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