Serra começa a campanha política


A pedido do PSDB, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), intensificará viagens pelo país e participará ao lado do colega de Minas, Aécio Neves, dos seminários realizados pelo partido. Antes resistente à pressão para que circulasse mais por outros Estados, Serra começa a ceder aos apelos para que viaje, ainda que não pretenda anunciar sua candidatura a presidente neste ano.

Como temas, serão escolhidos pontos mais vulneráveis do governo Lula. Hoje, por exemplo, Serra participa, pela primeira vez, de um dos seminários temáticos organizados pelo partido. Chegará a Foz do Iguaçu (PR) com Aécio para encontro sobre agronegócio.

"O agronegócio é um ponto fraco do governo Lula", disse o prefeito de Curitiba, Beto Richa, anfitrião do evento que reunirá tucanos, democratas e representantes do PPS. Os temas são definidos em pesquisas contratadas mensalmente pelo partido. Segundo o presidente do instituto Teotonio Vilela, Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), já foi a campo uma pesquisa que inclui, além de sondagem sobre a doença da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), a proposta de tributação de poupança no país.

De acordo com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), Serra concordou com os apelos para que viajasse, desde que nos fins da tarde de sexta-feira ou nos fins de semana. O partido vai compatibilizar sua agenda à do governador paulista, que só participará dos encontros nas sextas à tarde.

Serra -que, a convite de Sérgio Guerra se comprometeu a assistir à festa de São João em Pernambuco- também participará de seminários sobre saúde (no Rio), segurança pública (Pernambuco) e meio ambiente (Pará). Outro alvo é a Bahia.

"É importante para o partido que Serra participe dos eventos. Não se pode falar para o resto do país apenas a partir de São Paulo", disse Guerra, que defende que Serra não restrinja seu discurso a críticas à política econômica do governo federal. O Paraná é um dos Estados onde o PSDB tem maior musculatura. Mas, a partir de agora, a intenção é levar Serra e Aécio aonde palanques do partido não estão consolidados. É o caso do Rio, onde o deputado Fernando Gabeira (PV), preferido dos serristas, hesita sobre candidatura ao governo estadual.

No Pará, o PSDB sofre com a disputa entre dois potenciais candidatos do partido. A briga é tamanha que um deles -o ex-governador Almir Gabiriel- chegou a deixar o Estado para se "exilar" em São Paulo. No Ceará, onde haverá um evento sobre distribuição de renda, o partido não tem candidato. Serra também terá participação mais ativa na montagem de palanques. Além de conversas com candidatos, ele deverá reunir aliados para discutir problemas locais.Da Folha do José Serra, mas apenas para quem assina

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