Aécio tenta atrair Cabral a uma aliança com o PSDB

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), entrou ontem na articulação para tentar atrair o governador fluminense Sérgio Cabral Filho (PMDB) para uma aliança com o PSDB em 2010. Cabral Filho, que chegou até a ser cotado para vice na chapa da virtual candidata petista, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, desentendeu-se com o governo federal nas últimas semanas em função da repartição dos recursos do pré-sal e com o PT local em razão da pré-candidatura ao governo do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias. O governador fluminense pretende se candidatar à reeleição.

Ontem, Aécio almoçou com o presidente regional do PSDB fluminense, o prefeito de Caxias, José Camilo Zito dos Santos. Também cotado como possível candidato ao governo, Zito afirmou que poderia abrir mão da disputa em função de uma aliança de Cabral com os tucanos no plano federal. "A questão da candidatura presidencial não está resolvida. O PSDB tem possíveis candidatos altamente vencedores. Um palanque próprio do PSDB no Rio pode ou não ser importante. Se o Aécio for o candidato do PSDB à Presidência, quem sabe o PMDB poderá estar ao nosso lado? As portas do PSDB do Rio estão abertas para isso", disse Zito.

O prefeito de Caxias disse que uma candidatura presidencial de Serra não impediria a aproximação, mas procurou deixar claro de que lado está na disputa interna tucana. "Não vou negar que eu sou mais o Aécio", afirmou.

O governador mineiro referendou Zito como o negociador da posição do partido no Rio. E descartou a possibilidade de apoiar para o governo o deputado federal Fernando Gabeira (PV), em uma aliança com o PSDB e o DEM do ex-prefeito César Maia. "No momento em que o PV tem candidato a presidente, o PSDB precisa rediscutir o processo. É necessário ter um palanque lá. O Zito ajuda o PSDB a ter cheiro de povo", afirmou Aécio.

Aécio minimizou o seu afastamento do PMDB em seu próprio Estado. Em Minas, a bancada estadual pemedebista articula um bloco com o PT e o PCdoB na Assembleia Legislativa para fazer oposição a Aécio no Estado. Somará seus oito deputados aos dez que já se opõem ao governador, no universo de 77 parlamentares. "Aécio aparece como o grande articulador, o homem que agrega mais no PSDB, mas jamais conseguiu o apoio pleno do PMDB aqui. Não teve apoio eleitoral nem em 2002, nem em 2006", afirmou um dos articuladores, o deputado estadual Sávio Souza Cruz.

"Nada vai mudar no governo. Continuarei tratando os prefeitos e deputados pemedebistas como sempre tratei", comentou Aécio, afirmando que a eventual formação do bloco pemedebista poderá aproximá-lo, e não afastá-lo do partido.

Aécio afirmou que a ação de governo poderá manter as bases do PMDB alinhadas com sua administração. "Nós, felizmente, estamos passando do momento mais agudo da crise, vamos cumprir integralmente a nossa proposta orçamentária, vamos entrar no ano que vem com muito vigor, com grandes projetos focados principalmente nos municípios. Essa tem sido, talvez, a nossa maior marca, a transferência de recursos, os convênios permanentes com os municípios. É isso que vai definir, lá na frente, as eleições", disse o tucano.

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