E agora, José?

A pesquisa do Instituto Sensus divulgada ontem reforçou as críticas à estratégia do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que se finge de morto como candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano só pretende decidir se concorrerá à Presidência ou à reeleição para o Palácio dos Bandeirantes em março do próximo ano. Para esses críticos, Serra deveria marcar as prévias do PSDB para disputar a vaga de candidato tucano com o governador de Minas, Aécio Neves, e ir à luta, para evitar a continuada queda nas pesquisas. Caso outra pesquisa confirmar a tendência de queda, a estratégia estará em xeque. Serra aposta tudo na propaganda do PSDB de rádio e tevê para reverter a tendência de queda. Se falhar, será o xeque-mate.

Pela CNT/Sensus, realizada entre 16 e 20 de novembro, na principal simulação, José Serra teria 31,8%; Dilma Rousseff, 21,7%; Ciro Gomes, 17,5%; Marina Silva, 5,9%; e 23,2% não teriam candidato. Na simulação do segundo turno, José Serra teria 46,8% dos votos e Dilma Rousseff, 28,2%. Não teriam candidato 27,1% dos entrevistados. Os principais críticos da postura de Serra são Aécio Neves, que deve anunciar sua candidatura a senador em dezembro, e o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), também candidato ao Senado. Minas e Rio de Janeiro são o segundo e o terceiro maiores colégios eleitorais do país, respectivamente.

Gravidade

A pesquisa do Instituto Sensus mostra que não há transferência de votos por gravidade. Nas simulações, Marina Silva (PV), por exemplo, não herda os votos de Heloísa Helena (PSol), que vão para Dilma Rousseff (PT). José Serra seria o maior beneficiado pela desistência do desafeto Ciro Gomes (PSB), caso o ex-ministro do governo Lula decida concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Finalmente, Aécio Neves (PSDB) está cheio de razão ao se colocar como candidato pós-Lula, distanciando-se de Fernando Henrique Cardoso. O apoio do ex-presidente da República, eleitoralmente, tira mais votos do que transfere.

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