Litoral paulista espera ajuda do governador José Serra para combater os crimes de verão

Para evitar a onda de criminalidade que atingiu o litoral paulista na última temporada, prefeituras das cidades da região e as polícias civil e militar se mobilizam para reforçar a segurança e garantir um verão tranquilo para moradores e turistas. A primeira cidade a tomar providências foi Santos, que antecipou a “Operação Verão com Segurança”, desenvolvida com a guarda municipal e prevista para entrar em vigor no dia 14 de dezembro. Em São Sebastião, no litoral norte, moradores de Juquehy fazem cursos de segurança para evitar assaltos nos imóveis da região.

Enquanto boa parte dos municípios tem mudado a rotina para aprimorar a segurança, outras cidades preferem esperar o auxílio da Operação Verão, feita pelo governo do Estado e com início em 28 de dezembro. A partir dessa data, a PM estima 2.100 homens a mais nas praias e faixas de areia: 600 para o litoral norte e 1.500 para o sul. O Setor de Inteligência da Polícia Civil de Santos fará blitze para prender procurados da Justiça e apreender armas e terá 400 investigadores a mais. As vizinhas Praia Grande e São Vicente, onde houve registros de arrastões em janeiro, informaram ao JT que vão aguardar reforço do Estado, mas já têm câmeras em suas orlas para monitorar eventuais ocorrências.

Para o secretário municipal de Segurança de Santos, Renato Penteado Perrenoud, é preciso se antecipar. “Nós costumamos esperar o reforço das polícias, só que notamos um aumento significativo de turistas nos finais de semana. Então resolvemos adiantar.” Segundo ele, folgas e licenças-prêmio dos guardas foram suspensas para ajudar na operação. Outra novidade na cidade são quatro câmeras em testes, que estão acopladas nos painéis das viaturas da guarda.

Atualmente, a ‘arma’ contra a criminalidade em Santos é a central de monitoramento por vídeo. São 29 câmeras - 20 delas na orla praia. De janeiro até o último dia 26, o sistema flagrou 9.318 ocorrências, entre elas estão 31 roubos, 31 furtos, cinco portes de armas e 3.164 apreensão de drogas. Segundo o secretário, outras câmeras vigiam as pessoas no centro velho de Santos, onde há bares e uma vida noturna agitada.

Em Mongaguá, no litoral sul, a diretoria de segurança da prefeitura já contratou 40 homens extras para garantir o sossego dos veranistas. No Guarujá, foram instaladas mais quatro câmeras de vigilância, totalizando 34 equipamentos. Guardas municipais também têm patrulhado mais tempo nas ruas e o mesmo já ocorre em Itanhém e Peruíbe.

Estatísticas

Dados da Secretaria da Segurança Pública mostram que os roubos aumentaram em 14 cidades litorâneas de janeiro a setembro deste ano. Apenas em São Sebastião o delito cresceu 96,99%. Foi uma das razões que levou moradores de Juquehy a realizar um curso sobre segurança. Além das 37 câmeras, 100 pessoas receberam orientações do secretário da Segurança Urbana, Vicente Perine Junior, sobre a importância de se comunicar com vizinhos para evitar a invasão de criminosos às residências.

Em Ilhabela, no mês de janeiro foram registrados arrastões em lojas e em uma pousada. Comerciantes vítimas dos ataques dizem ter reforçado a segurança com câmeras e outros dispositivos e algumas lojas já contrataram seguranças.

Carlos Nunes, da ONG Nossa Ilha Mais Bela, contou que a cidade sobrevive de lazer e não pode ficar conhecida pela violência. “Aqui, um roubo de carteira é muito grave. O certo é não ter nada, mas ainda tem roubo de notebook e outros objetos. É lamentável.” Segundo ele, moradores querem que a prefeitura crie uma guarda municipal. “Seria uma grande ajuda para nós.”

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