Lula diz estar preparado para os ataques da oposição na campanha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ontem, durante cerimônia de anúncio da liberação de R$ 3 bilhões em recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida para cidades com menos de 50 mil habitantes, que está preparado para os ataques da oposição por conta do ano eleitoral. Ao lado de sua candidata e principal gestora do programa, a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, o presidente disse que sabe que esse ano será quente. "Como meus adversários são mais letrados do que eu, eu esperava um discurso de alto nível, programático. Mas como eles não têm programa, vão dar chutes do peito para cima. O que eles não sabem é que eu sou capoeirista", afirmou o presidente.

Lula disse que não esperem dele ser o Lulinha Paz e Amor "porque ele não é candidato". Ele pediu aos prefeitos e governadores presentes ao evento que não permitam que as relações com o governo federal sejam influenciadas pela disputa eleitoral desse ano. Para o presidente, os ataques dos adversários já começaram e vão apenas se intensificar. "Mas eu estou tão tranquilo sobre o que vai acontecer com o país nesse ano e com o resultado das eleições, que não vou permitir que haja um milímetro de mudança nos planos que temos para o Brasil nesse ano de 2010".

Lula disse que aposta no crescimento da economia nesse ano e torce para que os empresários ganhem mais dinheiro, o que gera um círculo virtuoso para o Brasil. "Ganhando mais dinheiro, os empresários constroem mais fábricas, geram mais empregos, produzem mais e voltam novamente a investir".

O presidente também anunciou algumas diretrizes básicas que estarão contidas no PAC 2, a ser anunciado nos próximos meses. "Saneamento básico, drenagem e habitação serão prioridades para nós", confirmou. Lula reclamou que o descaso das autoridades nos últimos 30 anos provocou tragédias como as ocorridas recentemente em Angra dos Reis e em São Paulo: "As pessoas foram sendo amontoadas nas encostas dos morros e na beira dos córregos dos rios sem a mínima condição."

Lula pediu um pacto de responsabilidade aos presentes: que não permitam que as pessoas construam casas em locais proibidos ou inadequados. "Se junta dez casas, é apenas um amontoado de gente. Mas se junta mil, vira um problema político que ninguém consegue tirar depois", disse ele. "Vai lá senador, deputado, movimento social, sindicalistas, impedir que essas pessoas sejam removidas. Eu sei porque já fiz muito isso", completou.

Lula também deu um recado claro para os ministros presentes ao evento: não se conformem com os resultados obtidos até o momento pelo governo federal. "Eu nunca aceitei que um time jogasse na retranca porque fazia um a zero. Se nós fizemos 300, vamos fazer 400. Se fizemos 400, vamos fazer 500. Se o Estado ficou 30 anos sem fazer nada, vamos fazer por 30 anos consecutivos", convocou.

Lula também fez um apelo para que governadores e prefeitos apresentem projetos com princípio, meio e fim. "Quando lançamos o primeiro PAC, descobrimos que muitos estados e municípios sequer tinham projetos para serem apresentados. Pelo amor de Deus, se vocês apresentarem projetos completos, dificilmente faltará dinheiro".

A chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, comemorou o aumento no financiamento habitacional liberado pela Caixa Econômica Federal durante o governo petista. Segundo a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, só em 2009 foram colocados à disposição R$ 46 bilhões. "Quando lançamos o Minha Casa Minha Vida, no ano passado, tínhamos como meta construir 1 milhão de moradias. Hoje, dentro da Caixa, temos quase 600 mil contratos de financiamento, dos quais 250 mil já assinados", destacou a ministra.

Dilma afirmou que o programa não oferece apenas moradia. "Morar com dignidade e no que é seu são dois pilares que sustentam a cidadania de cada um".

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