Cúpula do Bric será em Brasília, em abril

O programa do dirigente chinês ainda não está confirmado, mas a tendência é que ele fique no Brasil depois da reunião dos chefes de Estado do Bric. A visita seria uma retribuição à viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez a Pequim em maio de 2009.

O subsecretário de Assuntos Políticos do Itamaraty, embaixador Roberto Jaguaribe, esteve nos dois últimos dias em Pequim para discutir a agenda da cúpula do Bric e a visita de Hu Jintao. O diplomata havia passado antes na Índia e estará na Rússia ainda esta semana. Segundo ele, todos os chefes de Estado confirmaram presença no encontro.

O principal tema de discussão continuará a ser econômico, a exemplo do que ocorreu na primeira reunião do Bric, realizada na Rússia em junho de 2009, no auge da crise global. Mas Jaguaribe ressaltou que o grupo não pretende confrontar nem substituir o G-20 como principal fórum de discussões relacionadas à governança financeira global. Também não tem pretensão de "ditar regras" a outros países em desenvolvimento.

Dentro desses limites, a grande questão é saber qual a utilidade do encontro, que terminou sua primeira edição com uma declaração política em defesa da aproximação de seus integrantes, mas sem decisões concretas.

Para Jaguaribe, a cúpula terá a função de "maximizar convergências" e "capitalizar" em cima de uma criação do mercado financeiro que ganhou vida própria. "Não há uma discussão sobre a situação econômica global que não faça referência ao Bric", disse o embaixador.

A sigla foi concebida em 2001 pelo economista Jim O"Neill, do banco de investimentos Goldman Sachs, em um exercício para prever como seria o mundo na metade do século. O"Neill afirmou que as quatro maiores economias emergentes - Brasil, Rússia, Índia e China - teriam em 2041 tamanho superior às das seis nações industrializadas do início do século 21 - Estados Unidos, Japão, Alemanha, Inglaterra, França e Itália. Posteriormente, ele diminui o prazo para 2032.

Há uma grande dose de artificialidade na união dos quatro países em um mesmo clube, já que todos têm relações tradicionais com outras regiões, como reconhece Jaguaribe. Mas a situação está mudando e a China se tornou no ano passado o principal parceiro comercial do Brasil, superando os EUA

Na véspera da reunião, Lula será anfitrião de encontro do Ibas, grupo que reúne Índia, Brasil e África do Sul.

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