A Polícia Militar prendeu quatro manifestantes durante evento na área da saúde em Franco da Rocha, do qual participava o governador José Serra, pré-candidato do PSDB à Presidência. Os detidos - soltos no final da tarde após prestarem depoimento - integravam grupo de cerca de trinta pessoas ligadas à Apeoesp, sindicato dos professores do Estado, que gritavam palavras de ordem contra a comitiva de Serra. O governador se recusou a comentar o fato.
Separados do governador por uma rua e uma platéia de mais de 200 pessoas, eles gritavam: “Abaixo a repressão, professor não é ladrão”. A confusão começou quando policiais da Força Tática tentaram afastar os manifestantes do local onde Serra discursava na entrega do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental, no Complexo Psiquiátrico do Juquery.
Cassetetes, pimenta e gravata
Usando escudos e cassetetes, eles encurralaram os mais exaltados próximos a um carro. O grupo reagiu com empurrões, e a PM respondeu com gás pimenta - sentido pelos convidados -, cacetadas e gravatas, inclusive em mulheres. Quatro manifestantes foram algemados e colocados no camburão. “A gente veio preparado. Semana passada, tentaram jogar pedra no governador”, disse o comandante do 23º Batalhão da PM, José Carlos Junior, sobre ida de Serra a Francisco Morato, onde o seu carro foi atingido por ovo. Depois, ele cancelou agenda no Jaraguá, onde professores protestava. Em fevereiro, Serra chamou de “energúmeno” manifestante que, segundo tucanos, o xingava.
“Era movimentação pacífica. Em nenhum momento tentamos passar o cordão de isolamento”, disse Omar Pereira, um dos detidos. Ele negou ser filiado a partido.” A Secretaria da Educação diz que “ativistas políticos da Apeoesp fazem campanha antecipada”.
Na reta final de governo - sai dia 31 -, Serra enfrenta protestos de servidores. Além de parte dos professores estar em greve, delegados iniciaram operação padrão e servidores da saúde farão protesto no fim do mês. Para o governo, as iniciativas têm caráter eleitoral. À noite, Serra foi a Minas para encontro com o governador Aécio Neves.
CONTRASTE
Ao contrário de José Serra, outro governador tucano, Mário Covas, enfrentou pessoalmente manifestações de servidores. Em 1999, chegou a subir no carro de som dos manifestantes. Foi atingido por um ovo no peito e seguiu discutindo.
Em 2000, foi agredido duas vezes ao insistir em passar no meio de protestos de professores. Em São Bernardo, levou paulada na cabeça. Na capital, pedrada. Covas dizia que sempre sairia pela porta da frente, não pelos fundos.
O Lula não está sendo recebido assim,por que será?
ResponderExcluirAcorda São Paulo