A cartografia dos apoios estaduais indica vantagem considerável para a candidata petista, que reúne 42 aliados, contra 26 dos tucanos e 11 de Marina Silva, do PV. Oposição não enxerga vantagem na conta.
Em uma campanha presidencial, a capilaridade é considerada ponto essencial para que o candidato chegue ao fim da corrida pensando na roupa da posse. A proporção de votos colhidos nas urnas costuma responder a uma lógica que inclui o potencial de alcance aos eleitores situados nas regiões mais distantes. Se medido apenas pelo número de palanques, o quesito mostra que Dilma Rousseff (PT) largou na frente de José Serra (PSDB) e de Marina Silva (PV) no intuito de alastrar os tentáculos pelos estados e pelo Distrito Federal. Ela tem o apoio de 42 candidatos a governador espalhados pelo país, contra 26 dos tucanos e 11 da verde. Os números são vistos sob duas óticas. Líderes no ranking, os petistas acreditam que ele representa maior adesão à campanha de Dilma. Os dois principais rivais devem explorar uma suposta divisão da base de apoio à candidata, expressa pelo excesso de palanques.
Dilma consegue desgarrar dos adversários por conta dos apoios nas regiões Nordeste e Norte do país. No Amapá, ela chega a contar com três candidatos a governador no rol de apoiadores. Camilo Capiberibe (PSB), Lucas Barreto (PTB) e Pedro Paulo (PP) declararam voto à petista. Em outros estados, ela conta com os dois principais palanques na disputa pelos governos. No Amazonas, os apoiadores, Alfredo Nascimento (PR) e Omar Aziz (PMN), polarizaram a disputa, assim como na Paraíba, com Ricardo Coutinho (PSB) e José Maranhão (PMDB). Na soma dos apoios, a petista vence o tucano nas duas regiões por 29 a 14.
A contagem de palanques mostra vantagem para Serra apenas no Centro-Oeste. Embora o tucano tenha um apoiador a menos que Dilma, os candidatos alinhados ao tucano lideram as pesquisas em dois estados e no DF. A petista só tem a dianteira em um. “A vantagem de Dilma no Norte e Nordeste se deve, exclusivamente, à popularidade do governo Lula na região, o que torna praticamente impossível se eleger nesses estados fazendo oposição ao Planalto”, analisa o cientista político Leonardo Barreto.
Para o pesquisador, entre os candidatos, quem tem de se preocupar mais com os dados é Marina. Ela só tem apoiadores em pouco mais de um terço do país. Na maioria dos estados, Marina não tem candidatos a governador reforçando a campanha. Considerado o único palanque forte da senadora acreana, Fernando Gabeira (PV-RJ) é aliado local dos partidos que compõem a base de Serra e deve se dividir durante as eleições. “As eleições para presidente, embora nacionais, são federalizadas. A Marina não está equipada para falar a toda a população. Nessa situação, o discurso precisa ser eficiente para dar conta de uma diferença tão grande de capilaridade, mas o tempo de televisão dela, de um minuto e vinte segundos, praticamente inviabilizou a tarefa”, aponta Barreto. Por conta dessa brecha na campanha, os verdes colocaram fichas altas em mídias virtuais e na mobilização de voluntários.
Coesão
Dentro do comando de campanha tucano, os números superiores de palanques em favor da petista ainda não acenderam a luz de alerta. Os partidos da base de Serra enxergam na suposta deficiência uma dificuldade futura para a petista. A estratégia da legenda é se aproveitar do excesso de apoiadores de Dilma, o que denunciaria divisões regionais na base governista. A aposta é de que os rachas em estados como o Maranhão podem acabar por enfraquecer a ex-ministra da Casa Civil. “O importante nessa conta é saber em quantos estados os palanques estão unidos. A coesão nos nossos palanques é superior, não temos tantas divisões internas”, aposta o coordenador da campanha tucana, Sérgio Guerra.
SEU CANDIDATO EM “FULL COLOR”
Fotos dos candidatos em cores. Essa é uma das novidades nas 187 mil urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições. Outra inovação é a aposentadoria do disquete. Agora, as urnas têm dispositivos com entrada USB semelhantes a pen drives. A inovação permite que a capacidade de armazenamento das urnas novas seja 34 vezes maior que as de 12 anos atrás. A velocidade no processamento de dados também melhorou. Segundo o TSE, a troca é fundamental para garantir a normalidade das votações.As eleições para presidente, embora nacionais, são federalizadas. A Marina não está equipada para falar a toda a população”
Leonardo Barreto, cientista político
O importante nessa conta é saber em quantos estados os palanques estão unidos. A coesão nos nossos palanques é superior”Sérgio Guerra, coordenador da campanha tucana
O número
29
Número de palanques de Dilma nas regiões Norte e Nordeste. Lá, Serra tem 14
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