Nova droga, velho drama


Uma nova droga, parecida com o crack, mas mais barata e potente do que as "pedras" que infestam São Paulo, começou a ser consumida na cidade.

Chama-se "oxidado" ou "oxi", e, como o crack, é um derivado do cloridrato de cocaína. A diferença está no refino, feito com substâncias ainda mais baratas do que as do crack: querosene e cal.

Enquanto uma pedra de crack custa R$ 7, a da nova droga pode ser comprada por valores que vão de R$ 2 a R$ 5.

No mês passado, 19 casos de dependência do oxi foram identificados na capital paulista. Especialistas já temem uma nova epidemia.

"O custo é muito baixo. Quem não consegue pagar o crack vai migrar. O grau de destruição é terrível, e a chance de epidemia, violentíssima", diz Sandra Crivello, que trata dependentes químicos.

Embora seja novidade em São Paulo, a droga já é consumida desde pelo menos 2005 na região Norte do país.

Os primeiros usuários conheceram a substância nas fronteiras próximas ao Peru e à Bolívia, por onde a droga entra no país --e, de lá, chega a São Paulo.

O caso do oxi torna clara uma lógica que vale para quase todas as drogas consumidas no Brasil. Se as fronteiras não forem vigiadas, de nada adianta policiar as ruas e combater o tráfico nas cidades.

É tarefa do governo federal, da Polícia Federal e das Forças Armadas vigiar melhor as fronteiras do país.

Ao mesmo tempo, cabe aos governos estadual e municipal desenvolver políticas mais eficazes para conter os males decorrentes desse flagelo que é a dependência química.

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