Uma sócia de Andréa Neves -irmã do governador Aécio Neves (PSDB-MG)- é citada no inquérito da Polícia Federal sobre o valerioduto tucano como beneficiária, em 31 de agosto de 1998, de um saque de R$ 15 mil de uma conta controlada por Marcos Valério.
Quando recebeu o depósito de um cheque do Banco Rural emitido pela SMPB, Lídia Maria Alonso Lima era funcionária da Comercial Factoring, de Andréa Neves, presidente do Servas (o serviço de assistência social do governo mineiro). Factorings são empresas que compram, com deságio, duplicatas ou cheques pré-datados.
Lídia -que não foi denunciada pela PRG (Procuradoria Geral da República)- também é sócia de Andréa Neves na Taking Care Ltda., empresa de aluguel de carrinhos de bebê em shopping centers. Possui 5%, ou R$ 750, do capital social da empresa. O próprio Aécio foi sócio da empresa, de 1996 até o início de 2003, quando assumiu o governo mineiro.
Na denúncia da PGR, Lídia é citada entre os beneficiários de recursos de Valério que tinham vínculo com a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) à reeleição ao governo mineiro, em 1998. Mas ela não está entre as 15 pessoas denunciadas.
À Polícia Federal Lídia disse ter recebido o dinheiro -que, segundo a polícia, foi desviado do extinto banco estatal Bemge- a pedido do candidato Eduardo Brandão, primo de Azeredo morto em 2005. Brandão foi eleito deputado estadual em 1998 pelo PMN.Lídia afirmou que Brandão fizera o pedido porque integrava a coligação do candidato vencedor ao governo Itamar Franco (PMDB), da qual o PMN fazia parte, e que pareceria uma "traição" se recebesse dinheiro para ajudar a campanha de Azeredo.
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