A diplomacia brasileira acompanha à distância a crise entre os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Álvaro Uribe. Por enquanto, não há intenção do Itamaraty de aproveitar a malfadada tentativa de Chávez de intermediar as negociações de Uribe com as Farc para assumir o papel de mediador entre o governo colombiano e o grupo guerrilheiro.
Nos últimos anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler Celso Amorim se colocaram à disposição de Uribe para mediar o conflito, oferecendo o território brasileiro como palco para uma nova rodada de conversas, mas não houve grande interesse.
Embora o Itamaraty veja as provocações de Chávez a Uribe como "desnecessárias", não pretende envolver-se na polêmica entre os dois, assim como não se pronunciou sobre a briga com o rei Juan Carlos, da Espanha. Mas é inegável, conforme fontes da diplomacia, que a discussão entre os dois presidentes andinos chega em má hora: quando a Câmara dos Deputados se prepara para votar a adesão da Venezuela ao Mercosul. Os ataques de Chávez dão mais munição a parlamentares da oposição.
A nova crise deve sepultar a volta da Venezuela à Comunidade Andina (CAN). Chávez deixou intempestivamente o bloco regional e agora tem no Mercosul sua única possibilidade de inserção em uma associação comercial.
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