Timoneiro da propaganda dos bons números do desenvolvimento nos últimos meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aposta na estabilidade da economia para ajudar os partidos aliados - principalmente o PT - a conquistarem o maior número de prefeituras nas eleições municipais. Lula acredita que o bom momento que o país atravessa será o maior "cabo eleitoral" para os governistas angariarem votos.
Para isso, Lula e equipe levam em conta o maior índice de popularidade depois de completados cinco anos de mandato; a performance econômica mais exuberante do país desde o "milagre econômico" da década de 70 - quando a taxa de crescimento era de 10%, mas a inflação de 12% - a provável concessão do "grau de investimento" pelas agências internacionais de risco - qualificação capaz de atrair US$ 50 bilhões em investimentos estrangeiros diretos; e o controle absoluto da distribuição de recursos federais para Estados e municípios.
Empenhado nas disputas municipais, Lula - que obteve a aprovação de 61,2% dos entrevistados na última pesquisa de opinião realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT)-Sensus e de 51% dos ouvidos pelo Instituto Ibope na sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) - espera manter a mesma aliança que lhe assegura uma maioria de 380 votos na Câmara. O número, ainda que problemático, é mais expressivo do que o obtido por Fernando Henrique no seu primeiro mandato.
Nas eleições municipais é que os partidos constrõem suas bases próprias, explorando os conflitos locais para acumular forças visando à eleição presidencial - opina Cristiano Noronha, cientista político e analista da Arko Service. - Todo deputado federal tem que ter seu candidato a prefeito, uma forma clássica de afirmação partidária. Essa perspectiva, porém, choca-se com a intenção do presidente de conservar a aliança no embate municipal.
Para o analista, uma vitória de Lula e de seus aliados o credenciaria a eleger não apenas o sucessor como também voltar ao poder em 2014, embora o presidente desminta seu interesse na aprovação de uma emenda constitucional que permitiria um terceiro mandato.
Meta petista
Neste fim de ano, já reeleito para a presidência do PT, o deputado Ricardo Berzoini (SP) anunciou a intenção da legenda de disputar o comando dos 100 maiores municípios do país (5.564), que concentram 40% (50,5 milhões) dos 126,4 milhões de eleitores e os orçamentos mais vultosos.
Vamos estruturar o grupo de trabalho eleitoral para dar apoio aos diretórios regionais e municipais, e abrir o debate sobre a política de alianças e as questões programáticas comuns que servirão de base para os programas locais - disse Berzoini. - E vamos preparar documentos de orientação para a estruturação das campanhas.
Por outro lado, entre os tucanos, a ordem é uma ofensiva contra os governistas. A cúpula do PSDB "vai organizar um inventário da situação em todo o país, realizar campanha de filiações e reaproximar-se de aliados políticos, o que inclui até mesmo partidos da base política do governo", conforme avisou o presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE).
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