Italianos devem ter audiência com Lula

A nova diretoria da Telecom Italia está em Brasília, onde deve ter audiências hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. E o momento não é casual.

A pauta oficial da visita do presidente do conselho de administração, Gabriele Galateri di Genola, e do principal executivo, Franco Bernabè, prevê reafirmar ao governo que as operações das empresas de celular TIM e Vivo no Brasil estão e permanecerão independentes.

A idéia é mostrar que o compromisso firmado com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em outubro, está sendo atendido. Esse também deverá ser o teor de uma entrevista que os executivos darão à imprensa pela manhã, segundo apurou o Valor.

Os executivos deverão evitar comentários - favoráveis ou não - ao decreto presidencial que está sendo costurado para permitir a união entre a Oi e a Brasil Telecom (BrT). De acordo com fontes próximas ao grupo, não faria sentido se posicionar antes do anúncio oficial do negócio.

Os italianos não são os únicos a optar pelo silêncio neste momento. A espanhola Telefónica, que adquiriu no ano passado uma participação no bloco de controle da Telecom Italia, também tem preferido não se manifestar, por enquanto, sobre a criação da "supertele".

Calar agora poderá ajudar o grupo espanhol mais para a frente. Embora a Telefónica assegure que manterá independentes a TIM e a Vivo (cujo controle divide com a Portugal Telecom), é inegável que unir as duas operações proporcionaria a ela sinergias que hoje não consegue capturar.

Ao compartilhar o comando da Vivo com os portugueses, a Telefónica não consegue ter uma operação integrada de telefonia fixa e móvel. Ficará isolada nessa situação após a criação da tele brasileira. Unidas, Oi e BrT deverão aprofundar a estratégia de serviços convergentes que já adotam. Mais do que isso, a nova operadora entrará em São Paulo com a oferta de celulares.

Di Genola e Bernabè foram os executivos nomeados para o comando da Telecom Italia depois que o controle da empresa foi vendido a um consórcio integrado pela Telefónica e instituições financeiras italianas. Para obter a aprovação do negócio no Brasil, onde haveria sobreposição de licenças de celular, o grupo espanhol comprometeu-se com a Anatel a se manter afastado das operações locais da TIM.

Ontem, os executivos visitaram o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica.


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