Teve champanhe no Réveillon da avenida Paulista. Ao menos para os convidados VIPs do prefeito Gilberto Kassab e das empresas organizadoras do evento, que também passaram a virada do ano recebendo massagem e outros agrados ao lado do palco, longe da muvuca.E..de onde veio o dinheiro para isso? Do cofre público. Dos contribuintes
Do lado de lá do alambrado, o público recorde de 2,3 milhões de paulistanos e turistas, segundo cálculos da Polícia Militar e da Playcorp, empresa organizadora do evento.
Curiosamente, a PM havia se eximido de projetar em 2007 o público da Parada Gay, maior evento de rua de São Paulo, que, para a ONG organizadora, reuniu 3,5 milhões. Ontem, o coronel Álvaro Camilo, comandante da operação, explicou que a medição de público do Réveillon, promovido pela prefeitura e pela SPTuris, usa como padrão de seis a sete pessoas por metro quadrado. Isso é, pode ser verdade, mas a maior hipótese é que é mentira.
Contrariando a previsão do tempo, não choveu na festa, que proibiu a entrada de guarda-chuvas e sombrinhas, latas, garrafas, objetos pontiagudo e até presilhas de cabelo.Com o bloqueio da polícia nas ruas de acesso para a realização de revista nos participantes (o que não há na Parada Gay), até as 3h30 não havia registro de ocorrências graves.
Dois homens foram presos em flagrante na Paulista. Um, bêbado, por desacato a policial, outro por furto de celular. Outros quatro foram detidos por porte de drogas e mais oito com 20 bombas caseiras. Uma mulher foi ferida no pé pela explosão de uma delas.
Segundo o coronel da PM Paulo Telhada, 200 pessoas tiveram de ser atendidas por excesso de bebida alcoólica e pelo calor. Diversas brigas foram flagradas pela reportagem, que viu três homens serem detidos pela PM. E até as mulheres entraram no clima. Duas trocaram tapas em plena avenida, em frente ao bloqueio para a área VIP.
"É uma festa de família e da tranqüilidade", disse Kassab.
E o senhor é candidato à reeleição, prefeito?
"Hoje é um dia de festa. Vamos discutir isso só no próximo ano", afirmou.
Ao longo da Paulista, números em balões infláveis de nove a um fizeram a contagem regressiva. Neste ano, a festa foi da Lei Cidade Limpa.Uma propaganda e lançamento da campanha para Kassab prefeito neste ano.
De longe, quase não se lia a publicidade dos patrocinadores da festa, uma marca de refrigerante, uma cervejaria e um banco estrangeiro.Até o mobiliário urbano foi coberto por cartazes "Réveillon na Paulista 2008". Nada de publicidade nos relógios-termômetro e nos pontos de ônibus.
"Sei que ficamos apertados feito sardinhas, mas eu gosto dessa sensação de festa misturada com o povo", afirmou a assistente administrativa Rosiléia Vieira Goes, 35, uma das primeiras pessoas debruçadas sobre a placa de ferro que separava o povão dos VIPs.
E a festa também foi dos celulares com foto e das câmeras digitais. À meia-noite só se viam flashes. Até os policiais baixaram guarda para posar.
A queima de fogos, "beeem mixuruca" no dizer dos VIPs que já estiveram em Copacabana em outros anos, durou 13 dos 15 minutos previstos.
Diferentemente do Rio, que teve diversos pontos de explosão, as 4.000 bombas multicoloridas e os 80 mil tiros saíam apenas de um lugar, o prédio na altura do número 2.000 da Paulista. E uma corrente de vento empurrou para trás os 10 mil balões brancos, que pouca gente viu.
E o que esperar de 2008? "Se Deus quiser, será o ano em que o Corinthians voltará à primeira divisão. Esse é o meu desejo", disse João Paulo de Sousa, 47, mecânico de Itaquera.
A festa começou por volta das 20h da segunda e terminou às 2h30 de ontem, com a apresentação da bateria da Escola de Samba Mocidade Alegra, campeã do Carnaval de 2007. Antes, a banda Tihuana, Leonardo e Lulu Santos se apresentaram.
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