Superávit comercial no Brasil provém do campo


O agronegócio continuará sendo o principal responsável pelo superávit comercial brasileiro, apesar de poder diminuir o ritmo de crescimento das exportações. Estimativas de analistas de mercado mostram que o setor tende a crescer entre 5% e 15% neste ano. O complexo soja, um dos responsáveis pelo bom desempenho no ano passado, deverá continuar com vendas externas em alta e o café voltará à lista dos que contribuíram para o resultado positivo do setor. As dúvidas recaem sobre as carnes, em que medidas restritivas da União Européia poderão interferir nas exportações.

Entre 1994 e 2004 o saldo comercial do campo foi superior ao de toda a balança comercial brasileira. Nos dois anos seguintes, respondeu por entre 85% a 90%. E, no ano passado, superou o resultado brasileiro.

Segundo estimativas preliminares da consultoria Tendências - com base nos números até novembro - o saldo da balança comercial do agronegócio foi de US$ 50,5 bilhões, cerca de US$ 10 bilhões a mais que o superávit comercial brasileiro e quase 20% acima do ano anterior.

Destaque para carnes e soja

Os números globais do setor variam conforme a consultoria, pois há mudança na metodologia, com acréscimo ou retirada de produtos. Na RC Consultores, por exemplo, a expectativa é de que o saldo some US$ 44,8 bilhões em 2008 - 12% a mais que os US$ 40 bilhões do ano passado.

Amarillys Romano, economista da Tendências, diz que os maiores destaques de 2007 foram as carnes e a soja, que passaram de US$ 11 bilhões, mas acrescenta que praticamente todos os itens exportados tiveram desempenhos favoráveis.

Para este ano, Amarillys aposta em um crescimento menor. Segundo a economista, como os preços dos grãos estão valorizados, a receita será maior, mas deve estacionar em 5%. No entanto, ela ressalta que o volume exportado pode diminuir, se houver quebra de safra por problemas climáticos ou barreiras comerciais.

Assim como o café, Fábio Silveira, economista da consultoria, destaca a soja em função dos bons preços no mercado internacional.

Sobretudo o óleo, em virtude do biodiesel e da escassez de soja no mercado internacional devido à diminuição da área nos Estados Unidos - observou.

Açúcar sofre recomposição

Em sua avaliação, a exportação de soja será o principal fator de expansão da receita brasileira, com aumento de 16% nas vendas.

O vilão de 2007 - o açúcar, cujas vendas caíram no ano passado - deverá sofrer recomposição. A receita deve aumentar 8%, chegando a US$ 5,3 bilhões, porém abaixo do recorde de 2006, quando o País obteve US$ 6,3 bilhões em remessas do produto, de acordo com a RC Consultores.

Como a rentabilidade do setor virá mais do álcool, isso permitirá uma recuperação do preço do açúcar - concluiu Silveira.

Exportações mundiais de café

De acordo com a Organização Internacional do Café (OIC), em relatório divulgado na sexta-feira, as exportações mundiais de café recuaram 9,3% em novembro em relação ao mesmo mês, em 2006. As exportações do commodity caíram para 7 milhões de sacas, comparativamente ao recorde de 7,74 milhões de sacas de novembro de 2006. Uma saca de café, hoje, pesa 60 quilos.

Já as remessas de café do tipo Robusta recuaram quase 13% passando a 2,25 milhões de sacas, enquanto as exportações de café do tipo Arábica recuaram 7,6% para 4,77 milhões de sacas.

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