O PT comemorou ontem 28 anos com o desafio de mostrar que é maior do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E luta para que, daqui a dois anos, quando completará 30 anos de fundação, tenha um candidato competitivo na primeira eleição presidencial sem Lula como candidato. "O próprio presidente Lula não gostaria de passar a imagem de um partido caudilhesco", declarou o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP).
Para conseguir olhar à frente, o PT quer buscar mecanismos para fortalecer a democracia interna, renovar a militância partidária e estabelecer uma agenda propositiva para o país. "Não poderemos chegar lá na frente simplesmente exaltando as conquistas do governo Lula", reconheceu Berzoini.
Como uma prova desse descolamento de imagem, Lula não foi ontem à festa petista, realizada em um clube em área nobre de Brasília. Berzoini repetiu a justificativa ouvida da assessoria presidencial - o presidente, que passou a terça em evento na Guiana Francesa - manteve uma agenda carregada no dia de ontem e preferiu seguir para o Palácio da Alvorada para descansar. "Isso não significa nada. A relação de Lula com o PT é muito mais afetiva do que política", completou Berzoini. O presidente reeleito do PT lembrou que Lula sempre esteve presente nas comemorações do aniversário da legenda. "Até mesmo em momentos em que diziam que ele queria se distanciar do partido", acrescentou o deputado petista.
Desde que chegou ao poder, em 2003, o PT comemorou alguns aniversários enfrentando crises políticas. Em 2004, o ex-assessor parlamentar da Casa Civil, Waldomiro Diniz, foi exonerado acusado de cobrar propina do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Ligado ao ex-ministro José Dirceu, Waldomiro protagonizou o primeiro escândalo de corrupção petista. No ano seguinte (2005), estourou o escândalo do mensalão envolvendo toda a cúpula petista.
Nas celebrações de 2006, Lula foi com o vice, José Alencar, exaltou a militância a unir-se em defesa do PT. Nenhum dos chamados mensaleiros - José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha - compareceram na festa daquele ano. No ano passado, em Salvador, o PT finalmente comemorou algo. "Celebramos a reeleição do presidente Lula e a vitória de Jaques Wagner na Bahia, derrotando anos de administração carlista", recordou Berzoini.
0 comentários.:
Postar um comentário