Gilberto Goellner, que herdará a vaga aberta pela morte do senador matogrossense, é acusado de falsificação de documentos
O ruralista Gilberto Goellner, suplente do senador Jonas Pinheiro (DEM-MT), aparece na condição de réu em processo criminal na Justiça de Rondonopólis, cidade a 220 km de Cuiabá (MT). Ele responde à acusação de falsificação de documento, punível com até cinco anos de prisão mais pagamento de multa, segundo o artigo 298 do Código Penal. Goellner, que também é do DEM, ainda não definiu quando assumirá a vaga aberta com a morte do titular, enterrado ontem no Mato Grosso.
A denúncia contra o futuro senador tramita na Segunda Vara Criminal desde 1995. Diz respeito a uma transação mal-sucedida de sementes com outro empresário local. A acusação contra Goellner, que no negócio agrícola figurou como vendedor, é a de que ele teria alterado documentos para forjar um processo de execução fiscal contra o comprador.
A última movimentação do processo na Justiça mato-grossense data de abril de 2006 e se refere ao encaminhamento do inquérito ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), para a realização de diligências sugeridas por representante do Ministério Público local.
Goellner chega ao Senado no momento em que a Casa discute se irregularidades atribuídas a seus integrantes antes do exercício do mandato podem ser alvo de investigação. A polêmica foi reacesa no mês passado quando Lobão Filho (MA), de saída do DEM, assumiu o lugar do pai, Edison Lobão (PMDB-MA), indicado para o Ministério de Minas e Energia. Contra Lobão Filho pesam denúncias de sonegação fiscal. Mas atualmente o Senado não mexe no passivo suspeito de seus parlamentares.
O presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), pediu ao colega Demóstenes Torres (DEM-GO) que elabore projeto para regulamentar artigo da Constituição que pune o parlamentar que quebrar o decoro mesmo se não estiver cumprindo mandato. Segundo ele, a regulamentação não ocorreu antes porque o “Senado dormiu no ponto” e temia “fechar as portas” para futuros senadores.
Invenção
Procurado pelo Correio, Goellner alegou que a acusação não passa de “uma mentira criada por um mau pagador”. “Ele (o comprador) não pagou as sementes e inventou a história. Mas isso é coisa do passado, de 10 anos atrás. Até perderam o inquérito na delegacia”, disse. O suplente chegou a substituir Jonas Pinheiro em 2005 e disse que pretende atuar na mesma linha do titular. “Estou afinado com o todo o trabalho que o senador vinha realizando no Congresso Nacional.”
Pinheiro morreu na noite da última terça-feira, aos 67 anos de idade, de falência múltipla de órgãos. O integrante do DEM estava internado desde 10 de fevereiro na UTI do Hospital Amecor, em Cuiabá. Diabético há 23 anos, o político havia dado entrada no hospital com um quadro de parada cardiorrespiratória, estava em coma e respirava com a ajuda de aparelhos.
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