Influenciado pelos preços das commodities agrícolas elevados e a safra recorde, o Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio fechou 2007 com crescimento acumulado de 7,89%. A expansão do setor ficou acima da taxa do PIB nacional que cresceu no passado 5,4%. Todas as riquezas produzidas pelas atividades ligadas ao setor agrícola durante o no ano passado bateram recorde e somaram R$ 611,8 bilhões. Esse valor corresponde a 23,07% do PIB do Brasil.
No período anterior, a taxa de crescimento das atividades da agricultura e demais áreas interligadas a esse setor havia sido de apenas 0,45%, quando as riquezas somaram R$ 563,6 bilhões ou 22,4% do PIB nacional. Os dados fazem parte do balanço divulgado ontem pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceira com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da universidade de São Paulo (Cepea/ Esalq/USP).
A tendência é de que o dinamismo da agricultura permaneça este ano, levando em conta a previsão de uma nova produção recorde e da manutenção de preços elevados das commodities por conta da demanda internacional, mesmo diante da crise econômica americana.
A previsão inicial da CNA para a expansão do PIB do agronegócio era de 5,8%. Ou seja, a taxa tende a acompanhar a evolução da produção no campo, segundo analisou o superintendente técnico da instituição, Ricardo Cotta Ferreira. Os analistas da instituição levam em conta a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de uma safra de 139,3 milhões de toneladas de grãos, ante 131,5 milhões na anterior.
"Caso os preços altos se mantenham e se confirme a previsão de safra recorde poderemos ter crescimento do PIB agropecuário de 5,8%, disse Cotta Ferreira.
O analista da CNA acrescentou que os fundamentos são sólidos para o setor manter essa taxa de crescimento em 2008. Cotta Ferreira disse ainda que a demanda interna segue crescente, o que deve refletir nas vendas internas do campo. "O agronegócio deverá continuar firme aqui e lá fora", declarou.
Acima das expectativas
O resultado obtido pelos produtores rurais em 2007 superou as expectativas da confederação, que esperava um avanço entre 5% e 5,5%. Tais números, disse Cotta Ferreira, demonstram uma recuperação das perdas de receita dos produtores rurais verificadas nos últimos dois anos.
"Não tenho dúvida que a situação dos produtores rurais hoje é bem melhor do que nos anos anteriores", complementou.
"As principais razões para esse crescimento acelerado foram incentivadas pela grande quantidade produzida de grãos e pelos preços (remuneradores) pagos aos produtores rurais, puxados pelos preços elevados das commodities no mercado internacional", disse Cotta Ferreira.
O analista acrescentou ainda que a demanda pelos produtos agrícolas e dos preços altistas dos insumos, cuja demanda alcançou um recorde de 24 milhões de toneladas também contribuiu para impulsionar em parcela significativa o PIB do agronegócio. As atividades de dentro da porteira das fazendas, ou seja, a produção agrícola, a utilização dos insumos agrícolas e a remuneração da mão-de-obra, representa 24,5% de todo o agronegócio brasileiro, cresceu 12,8%. Enquanto que o segmento de insumos, correspondente a 10,7% do setor total, aumentou 12,99% - ambas acima da média de crescimento de todo o setor.
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