Na semana passada, o Complexo do Alemão saiu na frente no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com a abertura da primeira frente de obras, na Rua Canitá, no bairro de Inhaúma. Sete dias depois, mais um canteiro para a construção das primeiras unidades habitacionais, que abrigarão as famílias desalojadas na Avenida Itaoca, em Ramos. Para semana que vem, a Empresa de Obras Públicas (Emop) pretende inaugurar uma grande frente de obras em Manguinhos. Na Rocinha, a previsão de início é até o dia 30 de março, de acordo com o presidente de uma das associação de moradores da comunidade, Luis Claudio de Oliveira. Embora as obras ainda estejam tímidas no Complexo do Alemão, o presidente da Associação dos Moradores da Grota, Wagner Nicacio, se sente um privilegiado.
Em Manguinhos e na Rocinha ainda nem começou. Pelo menos aqui estamos mais avançados. Isso faz com que a comunidade fique mais confiante – comenta Nicacio. – Ver tudo saindo do papel é outra coisa.
A Emop esclarece que por se tratarem de obras grandes e complexas é necessário fazer um estudo detalhado da área, levando em consideração o tipo de solo e estabilidade do local. E sustenta que não há atraso no cronograma.
É necessário fazer um estudo topográfico da área, uma sondagem, definir o solo, para só depois dar início às construções. Mas todo este processo faz parte do planejamento – afirma a assessoria da Emop. – As empresas que ganharam as licitações programaram a conclusão das obras para agosto de 2010 e isso será respeitado.
Desocupação preocupa
Os moradores do Complexo do Alemão estão empolgados com a idéia de melhorias na comunidade. Mas, de acordo com Nicacio, o maior problema é quanto à falta de informação dos projetos e a remoção de casas em algumas áreas.
Ninguém nos apresentou o que será feito na área. Aqui na Grota, não houve reunião para esclarecer o projeto, sabemos o que a mídia publica. Os moradores estão preocupados com as desapropriações. Não sabemos ainda quais serão as áreas e o que vai acontecer. Precisava de mais clareza para tranqüilizar a população – opina Nicacio, que acrescenta que o tamanho dos apartamentos do conjunto habitacional em construção preocupa. – O imóvel tem 45 metros quadrados. Muitas pessoas estão receosas quanto a isso. Quem tem família grande não sabe se vai caber todo mundo.
O conjunto habitacional não será a única alternativa dos moradores desapropriados. Eles poderão optar pela compra de um outro imóvel, ou ainda uma indenização. As obras do PAC no Alemão incluem serviços de saneamento, moradia, educação, transporte e social. A previsão de investimento é de R$ 600 milhões.
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