Produção deve chegar a 140,5 milhões de toneladas, com destaque para o milho e a soja; resultado melhor do feijão deve provocar recuo nos preços
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) elevou ontem, mais uma vez, a previsão da safra 2008, por causa dos ótimos desempenhos estimados para o milho e a soja. O instituto prevê que a produção de grãos chegará a 140,5 milhões de toneladas, volume 5,6% maior que o do ano passado (133 milhões de toneladas). A alta dos preços e as boas condições climáticas estão favorecendo a atividade no campo.
Um dos principais destaques da safra deste ano será o milho, cuja produção no País será bem maior que o consumo interno, segundo o gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, Mauro André Andreazzi. A produção total de milho, com primeira e segunda safras, deve chegar a 56,1 milhões de toneladas, para um consumo esperado de 44 milhões de toneladas.
“Antes, a produção do Brasil era igual ou menor que o consumo e o fato é que, agora, o País se mostrou capaz de exportar milho, com capacidade de escoamento, que era um desafio", disse o coordenador de Agricultura do IBGE, Flávio Bolliger.
Andreazzi lembrou que, com o direcionamento da safra dos Estados Unidos, maior produtor mundial de milho, para a produção do etanol, o preço do produto está disparando e passou de R$ 14 para R$ 26 a saca.
Para a soja, o principal produto da safra, a colheita prevista é de 59,9 milhões de toneladas, com aumento de 3,4% ante o ano passado. Segundo o IBGE, “observa-se neste mês o expressivo crescimento no Norte (15,0%) e Nordeste (4,0%) e, especialmente, no Centro-Oeste, onde Goiás, com participação de 10,8% na produção nacional, apresentou aumento de 5% na estimativa de produção”.
Andreazzi explicou que os produtores de soja fizeram o plantio com o produto cotado em R$ 23 a saca de 60 quilos e agora o preço está em torno de R$ 43, ou seja, a cultura está ainda mais atraente para os agricultores.
FEIJÃO
No caso do feijão, produto que teve importante impacto na inflação no ano passado, a safra total este ano deverá atingir 3,4 milhões de toneladas, exatamente o mesmo volume de consumo do produto no País, segundo Andreazzi. “Os preços do feijão estão excepcionais, então a disposição para a segunda e a terceira safras é grande.”
No ano passado, a safra total do feijão foi de 3,2 milhões de toneladas, abaixo do consumo nacional, o que pressionou os preços do produto para cima (o do tipo carioca teve alta de 144%). A partir de agora, com o início da colheita da segunda safra do produto, a expectativa é que ocorra recuo nos preços.
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