Comando da UNE sofre questionamentos


Outro campo em que o PCdoB sofre com o apoio ao governo e ao PT é no movimento estudantil. A União Nacional dos Estudantes (UNE) é, em sua ampla maioria, comandada pela União da Juventude Socialista (UJS), organização alinhada ao PCdoB. Em 2007, a entidade esteve de fora das principais mobilizações do movimento: as ocupações de reitoria em diversas universidades federais, protestando contra a adesão das instituições ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

O programa do Ministério da Educação é apoiado pela UNE. Desde então, a entidade vem perdendo o controle de vários Diretórios Centrais dos Estudantes para correntes estudantis de partidos de oposição ao governo e ao Reuni, como o PSOL.

A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, garante que a entidade não mantém alinhamento automático ao governo.

– Nossa postura com o governo Lula é a mesma que temos com todos os governos – argumenta. – De autonomia e cobrança. Só que neste governo encontramos mais possibilidades de diálogos do que em outros do passado.

Postura crítica

Lúcia observa que a entidade também mantém postura crítica em relação à política econômica do governo, além de se irritar com a manutenção da Desvinculação de Recursos da União (DRU) para o orçamento da educação e com a falta de disposição do governo para regulamentar de maneira mais rígida os reajustes de mensalidades nos estabelecimentos privados. À exemplo do partido e do sindicato, contudo, as divergências passam longe de levar à uma ruptura no apoio.

Mesmo animadas declarações de dirigentes de partidos que formam o chamado "bloquinho de esquerda", entre eles o PCdoB, parecem se intimidar diante da hipótese de lançar um candidato independente do PT em 2010.

– É preciso se levar em conta que o ideal é se eleger um sucessor da base de Lula para continuar este ciclo de novas forças políticas – diz Renato Rabelo, presidente do PCdoB.

– O governo Lula ainda tem muito o que fazer – completa Altamiro Borges, secretário de Comunicação da legenda. –Não estamos preparando projeto futuro. Temos que seguir exercendo pressão sobre o governo agora. O projeto do bloco é favorecer posturas mudancistas.


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