PT e PSDB se aliam em Aracaju


A mesma direção nacional do PT que veta a aliança formal com o PSDB do governador Aécio Neves, na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, decidiu ontem que a parceria dos petistas com os tucanos de Aracaju é permitida. Teoricamente, as composições seguem o mesmo modelo nas duas capitais: o PT participa da chapa, indicando o candidato a vice-prefeito, e o PSDB pleiteia apenas o ingresso formal na aliança.

Também nos dois casos, a chapa é encabeçada por candidatos de partidos aliados. Em Aracaju, a composição se dá em torno do projeto de reeleição do prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B). Em Belo Horizonte, o candidato apoiado pelo prefeito petista Fernando Pimentel é Márcio Lacerda (PSB). O ingrediente político que se encontra apenas em Belo Horizonte se chama Aécio Neves.

Para o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), porém, a diferença entre as duas capitais não está na força do PSDB de Minas, diante do tucanato de Sergipe. “Em Aracaju não há discussão de proximidade programática. É apenas uma questão eleitoral local, desvinculada do processo nacional”, explicou.

O governador mineiro é o padrinho da candidatura de Lacerda. Como Aécio é um presidenciável do PSDB e se criou a expectativa de uma aliança com Pimentel na sucessão do tucano no governo de Minas, a direção nacional do PT considera inaceitável uma parceria formal.

No caso de Belo Horizonte, a Executiva Nacional recusou dois recursos ontem: um para reexaminar o veto à coligação formal com o PSDB e outro para fazer uma intervenção preventiva no Diretório Municipal petista, apresentados por dirigentes do PT mineiro. “Não há razão para intervenção nem para a alteração”, disse Berzoini. O reexame do veto foi pedido com base em entrevista concedida pelo presidente da República ao Jornal do Brasil, em que Lula considerou “um equívoco” o veto da direção nacional.

A Executiva também manifestou apoio à candidatura do petista Alessandro Molon a prefeito do Rio. Diante da pressão do PC do B da candidata Jandira Feghali para que Molon renunciasse em favor dela, o petista decidiu se socorrer da direção nacional. “Ele é candidato, venceu a prévia e houve consenso de que não havia motivo para alterar isto”, disse Berzoini.

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