Tucanos já se escondem debaixo de camas


As autoridades brasileiras já estão planejando o trajeto de volta ao Brasil do ex-dono do Banco Marka Salvatore Cacciola. Preso em Mônaco desde setembro, ele deverá vir de classe econômica e ser escoltado por dois delegados da Polícia Federal (PF), segundo fontes do Ministério da Justiça. Para ser posto em prática, o plano depende apenas da ratificação - pelo chefe de Estado monegasco, o príncipe Albert II - do parecer do Judiciário de Mônaco autorizando a extradição do ex-banqueiro. A expectativa é que o príncipe confirme a decisão judicial em até dez dias. Cacciola viria para o Brasil até 48 horas depois.

De acordo com fontes do Ministério da Justiça, os dois delegados da PF buscariam Cacciola em Nice (cidade francesa cujo aeroporto é o mais próximo do principado de Mônaco, que só conta com heliportos), para onde ele seria transportado por autoridades monegascas. De lá seguiriam para Paris, de onde embarcaria num vôo de carreira, preferencialmente para o Rio, destino de pelo menos dois vôos diários saindo da capital francesa.

Desde que assumiu o trono, há três anos, Albert II jamais questionou decisões do judiciário do principado em questões de extradição. Esta semana, a Corte Européia de Direitos Humanos rejeitou o pedido dos advogados de defesa do ex-banqueiro para examinar a decisão da Justiça de Mônaco. Embora a defesa ainda possa recorrer ao Supremo Tribunal de Mônaco, o representante legal monegasco de Cacciola, Frank Michel parecia já ter jogado a toalha ontem:

- A situação não é boa e temos a impressão de que qualquer recurso será recusado. Cacciola não me disse se quer ir ao tribunal supremo. Ainda vamos discutir o tema, mas no momento a tendência é por aceitar o parecer do príncipe.

Mônaco quer fazer do caso exemplo de transparência

Outro fator que pesa a favor da extradição é o desejo de Mônaco de usar o caso Cacciola como exemplo de transparência junto à comunidade internacional, algo diversas vezes sugerido aos jornalistas brasileiros que estiveram no principado desde a prisão do banqueiro.

O processo de extradição de Cacciola vem se arrastando desde o fim de outubro por causa das manobras da defesa do ex-banqueiro, que incluíram uma acusação de assinaturas forjadas em mandados de prisão expedidos pela Justiça brasileira e erros por parte do governo brasileiro na tradução da documentos relacionados ao caso.

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