Alstom ganha contrato de R$ 700 milhões com metrô de São Paulo


A empresa francesa Alstom, que está sendo investigada na Suíça por suposto pagamento de propinas em licitações públicas, anunciou na sexta-feira um contrato de 280 milhões de euros (708 milhões de reais) para sinalizar linhas do metrô de São Paulo.

Segundo a empresa, esse é o maior projeto de sinalização de metrô já vencido pela empresa em todo o mundo. O presidente da Alstom, Patrick Kron, esteve em São Paulo na quinta-feira para assinar o contrato e permaneceu mais um dia na cidade. A Alstom foi escolhida pelo governo de São Paulo para fornecer um sistema automatizado para as linhas 1, 2 e 3 do metrô na capital paulista. Segundo a assessoria do Metrô de São Paulo, a licitação que deu origem a este contrato foi realizada no ano passado, antes das denúncias, que começaram em maio.

A assessoria não soube informar quantas empresas participaram da licitação e disse que o critério para a escolha do vencedor foi o menor preço.

O Metrô de São Paulo tem outro contrato em andamento com a Alstom, no valor de 499 milhões de reais, para fornecimento de 16 trens que começam a ser entregues em 2009.

No processo aberto pela Justiça suíça, contrato da Alstom com o Metrô de São Paulo é um dos que aparecem sob suspeita.

De acordo com a denúncia da Justiça suíça, a Alstom teria enviado 31 milhões de dólares para empresas fantasmas e contas na Suíça e Liechtenstein que se destinariam ao pagamento de propinas a funcionários públicos no Brasil, Venezuela, Cingapura e Indonésia.

No caso do metrô de São Paulo, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Suíça afirma que o suborno teria como destino o "partido no poder" (PSDB) em São Paulo, em 1997, o Tribunal de Contas do Estado e a Secretaria Estadual de Energia.

Além do novo contrato com o Metrô de São Paulo, a Alstom anunciou uma joint venture com a brasileira Bardela para fornecer equipamentos à hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia. A Alstom e a Bardela são integrantes do consórcio liderado pela construtora Odebrecht, que venceu a licitação para construir a usina de Santo Antônio.

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