Fundo Opportunity é um dos maiores investidores brasileiros


O Banco Opportunity, de Daniel Dantas, envolvido na denúncia de movientações ilegais na operação Satiagraha promovida pela Polícia Federal, ocupa atualmente o 20º lugar no ranking da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid), com R$ 16,96 bilhões de recursos sob gestão. Segundo comunicado do banco, os seus fundos de investimento estão operando normalmente, e até terça-feira o saldo das movimentações realizadas por clientes em todos os fundo não ultrapassa 1,5% do patrimônio total administrado, o que equivale a resgates de R$255 milhões. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) in- formou que está em contato com o Ministério Público Federal para discutir medidas cabíveis sobre o caso.

O fundo Opportunity, envolvido na denúncia de operações ilegais e evasão de divisas do grupo de Daniel Dantas, foi criado em 1996 com sede nas Ilhas Cayman e é registrado na Comissão de Valores Mobiliário como voltado especificamente para investidores estrangeiros.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, o fundo era utilizado pelo banqueiro Daniel Dantas para a realização de operações financeiras no exterior sem o devido registro das autoridades brasileiras, crime conhecido como evesão de divisas.
O fundo investe em ações brasileiras e é gerido pela Opportunity Asset Management, que tem comos diretores, Dório Ferman e Verônica Valente Dantas.

O fundo foi criado dentro das regras do Anexo IV da Resolução 1.289 do Conselho Monetário Nacional, editada em de 20 de março de 1987. As regras deste Anexo IV valeram até 26 de janeiro de 2000, e isentava do Imposto de Renda de 20% os investimentos de estrangeiros no mercado de ações do Brasil. No entanto, esses investidores não poderiam ser residentes brasileiros, nem comprar ou vender participação em empresas de capital aberto fora da bolsa , ou adquirir o controle dessas companhias.

Os últimos dados públicos sobre o fundo, contidos no Private Placement Memorandum, espécie de manual de instruções dado aos investidores entregue à CVM em 1998, apontam entre os diretores responsáveis os nomes de Daniel Dantas, Pérsio Arida e Verônica Dantas.

O Opportunity Fund se associou ao Citibank na criação do fundo CVC Opportunity Equity Partners, voltado para estrangeiros, mas que terminou com o controle acionário das estatais. O fundo comprou participação em empresas como a Sanepar, Companhia Vale do Rio Doce, Metrô do Rio de Janeiro, além da participação em empresas de telefonia fixa arrematadas no processo de privatização do sistema Telebrás, o que era proibido por lei.

No setor de telecomunicações o fundo foi controlador da Brasil Telecom, atualmente em processo de fusão com a Oi, após um embróglio judicial que se arrastou por anos, além de ter participações nas empresas Telemig Celular, comprada recentemente pela Vivo, e na Tele Norte Celular.

O grupo Opportunity, por meio de seus fundos de investimento, também chegou a ter participação em outros setores da economia, como o de transporte, com a aquisição de participação no Metrô do Rio de Janeiro, e na Santos Brasil - empresa de contêineres do porto de Santos. No setor agropecuário, o Opportunity tem participação na Agrope-
cuária Santa Barbara.

O Banco Opportunity ocupa atualmente o 20 lugar no ranking da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (ANBID), com R$ 16,9 bilhões de recursos sob gestão. Segundo comunicado disponibilizado no site do banco, os seus fundos de investimento estão operando normalmente, e até o momento, o saldo das movimentações realizadas por clientes em todos fundos administrados pelo banco não ultrapassa 1,5% do patrimônio total administrado , o que equivale a resgates de R$ 255 milhões.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou, ontem, que está em contato com o Ministério Público Federal para trocar informações e adotar as medidas cabíveis no caso do Opportunity. A entidade afirmou ainda que não comenta sobre investigações em curso. Das empresas negociadas no Novo Mercado, nível mais elevado de governança corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), apenas a Agra Empreendimentos Imobiliários tem participação do grupo, que detém 4,76% do capital da empresa.

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