A juíza substituta Janaína Rodrigues Valle Gomes, da Quinta Vara Criminal Federal em São Paulo, indeferiu um pedido do Ministério Público Federal (MPF) de prisão preventiva do banqueiro Daniel Dantas, dono do Oppoturnity, acusado de contratar os serviços da Kroll Associates para investigar a empresa Telecom Itália. Suspeita-se que a Kroll teria sido contratada para espionar autoridades e empresários brasileiros, entre eles o ex-ministro Luiz Gushiken, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
No pedido, o MPF alega que, em liberdade, Dantas continuaria articulando uma investigação criminosa contra Luís Roberto Demarco, seu ex-sócio na Brasil Telecom. O MPF também sustenta que Dantas poderia manipular a empresa italiana e as provas que estão sendo juntadas em um processo que corre na Justiça dos Estados Unidos. Para a juíza, os documentos apresentados pelo MPF não evidenciam que Dantas poderia estar dificultando as investigações. O único documento, segundo ela, capaz de promover o deferimento do pedido é o que menciona a tentativa de Dantas, Humberto Braz e Hugo Chicaroni de subornar um delegado da Polícia Federal na Operação Satiagraha, que investiga crimes financeiros. Mas, segundo a juíza, os áudios ou as imagens que comprovariam o crime não foram juntados aos autos.
Ordem pública
Janaína ressaltou, ainda, que a alegação do MPF de que poderia haver violação da ordem pública, por razão da indignação popular ou da conduta de Dantas em outros processos, não é requisito suficiente para a decretação de prisão preventiva, "já que todo crime viola a paz social e causa indignação dos cidadãos de bem".
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