Apadrinhados desconhecidos


A caminhada de um prefeito que não concorre nesta eleição fica difícil quando a campanha do candidato aliado sofre com a demora para ganhar musculatura por conta do desconhecimento do eleitorado. Esse é o cenário na maior parte das seis cidades que não têm disputa por reeleição: Rio de Janeiro, Macapá, São Luís, Belo Horizonte, Natal e Recife.

O melhor exemplo de campanha em dificuldade é a da deputada Solange Amaral (DEM), candidata do prefeito Cesar Maia (DEM), no Rio de Janeiro. Além de ser relativamente desconhecida para a maior parte do eleitorado carioca, ela ainda não transformou em votos o apoio de Maia.

O prefeito argumenta que o baixo desempenho de sua aliada deve-se à campanha ainda embrionária. Ele aposta que a propaganda eleitoral, iniciada ontem, dará gás a sua sucessora. “É claro que estou dentro dela (da campanha) e a TV vai mostrar isso amplamente”, disse Maia.

Em São Luís, a campanha de Clodomiro Paz (PDT), que disputa a sucessão do correligionário Tadeu Palácio, atribui os 11% exibidos na última pesquisa Ibope — e os 47% do adversário João Castelo (PSDB) — à rejeição do eleitor ao governo estadual de Jackson Lago (PDT). “Em relação à administração Tadeu Palácio não há rejeição, a saturação do PDT vem do governo estadual que não investiu em São Luís. É por isso que o João Castelo tem crescido. Os eleitores de São Luís estão chateados com o governador não com o prefeito”, opina o presidente do diretório municipal pedetista, Júlio França.

O candidato à Prefeitura de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB) não enfrenta as mesmas dificuldades do candidato maranhense. Seus principais apoiadores, o atual perfeito Fernando Pimentel (PT) e o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), têm alta popularidade.

O problema de Lacerda é não ser conhecido entre os eleitores. E o candidato aposta na televisão para reverter o cenário até agora adverso que o coloca com 9% no último levantamento do Ibope, atrás dos deputados Jô Moraes (PCdoB) e Leonardo Quintão (PMDB).

Tevê
O prefeito do Rio, Cesar Maia, argumenta que para candidatos desconhecidos e em cidades onde não haverá nomes à reeleição a disputa começa com a tevê. É quando o eleitor tem oportunidade de conhecer a cara e as propostas dos concorrentes.

É nisso que a deputada Fátima Bezerra (PT) aposta as fichas. Apesar do apoio do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSB), ela está 37 pontos percentuais atrás de Micarla Sousa (PV). Na capital, não se aplica o argumento de saturação dos candidatos. Tanto Fátima quanto Micarla são apoiadas por famílias tradicionais: os Alves e os Maia, respectivamente.

A situação é mais confortável em Recife, onde o petista João da Costa dá sinais de ter absorvido parte da popularidade de João Paulo Lima e Silva (PT). Na última pesquisa Ibope, ele saltou 10 pontos percentuais, atingindo 30% na preferência do eleitorado. Ele divide a liderança num empate técnico com Mendonça Filho (DEM).


REGISTRO
O Correio se baseou em pesquisas do Ibope para produzir a reportagem: Belo Horizonte (realizada entre 11 e 13 de agosto, registrada no TRE-MG com o número 53863/2008); Recife (entre 11 e 13 de agosto, no TRE-PE com o número 034/2008); e Rio de Janeiro (entre 12 e 14 de agosto, no TRE-RJ com o número 20/2008). As três tiveram margem de erro de três pontos percentuais. Foram consideradas ainda as pesquisas de Natal (entre 24 e 27 julho, no TRE-RN com o número 1035/2008); Macapá (entre 8 e 10 de agosto, no TRE-AP com o número 5.907/2008); e São Luís (entre 13 e 15 de agosto, sob o número 7979/2008 na 2ª Zona Eleitoral de São Luís). Essas três tiveram margem de erro de quatro pontos.

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