Após Tupi e Iara, Petrobras prevê estimar campo de Júpiter


O campo de Júpiter, localizado na camada pré-sal da bacia de Santos, deve ser o próximo a ter dados sobre o volume das reservas divulgados ao mercado, informou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que participou de evento sobre o setor realizado ontem no Rio de Janeiro.

O principal executivo da estatal afirmou que as informações sobre Júpiter, uma formação que fica um pouco mais ao leste de Tupi e que possui grande quantidade de gás natural, serão divulgadas "em breve", sem especificar uma data. "Está em fase final de análise", afirmou o presidente da Petrobras sobre as informações do campo. A confirmação da existência de óleo e gás natural em Júpiter foi feita em janeiro deste ano pela Petrobras. Na ocasião, a empresa petrolífera informou que o campo poderia ter dimensões similares ao de Tupi, mas com grande concentração de gás. A descoberta no campo de Júpiter levou algumas autoridades do governo a dizer que o local poderia garantir a auto-suficiência do Brasil em gás natural, já que atualmente quase metade do que o país consome é importado da Bolívia.

Na semana passada, a Petrobras divulgou informações sobre as reservas no campo de Iara, no mesmo bloco onde está Tupi, informando que o local poderia conter de 3 a 4 bilhões de barris de óleo equivalente. O campo de Tupi tem reservas estimadas entre 5 e 8 bilhões de barris.

O anúncio sobre Iara causou certa surpresa no mercado, que parece ter sido compartilhada pela estatal. "Certamente os dados de Iara foram muito surpreendentes. O plano de avaliação demonstrou uma surpresa positiva e otimista", afirmou Gabrielli a jornalistas pouco depois da abertura da conferência Rio Oil & Gas, que reúne representantes das maiores empresas do setor.

Queda do petróleoO presidente da Petrobras descartou, por ora, qualquer alteração nos preços dos combustíveis no Brasil relacionada às fortes quedas nos preços internacionais do petróleo.

As cotações futuras do petróleo chegaram a cair quase 7% ontem nos Estados Unidos, após o furacão Ike ter poupado boa parte da infra-estrutura petroleira no país e por temores de que a crise financeira reduza a demanda pelo produto (ver matéria ao lado).

"Temos dito sistematicamente que nossa política não é de transferência de volatilidade. Não temos porque fazer isso agora", afirmou Gabrielli. "Quando foi a 140 (dólares o barril) a gente não repassou, não vai ser agora que a gente vai repassar", acrescentou o presidente da estatal.

Aperto na oferta

Para o executivo, ainda há uma situação de aperto na oferta de petróleo a nível mundial. "Há uma demanda que não tem caído, principalmente dos países fora da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A queda está concentrada nos Estados Unidos, Europa e Japão, mas fora desses países a demanda continua forte", disse o presidente da companhia. "Não tem porque esperar quedas significativas no preço ou elevações significativas", acrescentou.

Ainda sobre o mercado de combustíveis no Brasil, Gabrielli afirmou que a Petrobras pretende cumprir com as exigências ambientais do governo sobre o óleo diesel, mesmo que tenha que importar o produto. Está previsto a introdução de diesel no Brasil a partir de 2009 com menor concentração de enxofre, mas a estatal ainda não produz esse combustível em quantidade suficiente.

"Assim que forem anunciadas as exigências, nós as cumpriremos, mesmo que seja através de importação", afirmou o presidente da Petrobras. O executivo disse que seria necessário realizar um levantamento sobre quantos motores no Brasil estão aptos a consumir o novo diesel para definir os volumes de importação.

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