Lacerda suspeita de conexão com Satiagraha


Diretor da Abin abre sindicância, mas descarta ação de seus agentes e desconfia de grupo ligado a Dantas

Na mira da oposição e até de grupos ligados ao governo, o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, suspeita que o suposto grampeamento de conversas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, tenha partido de pessoas prejudicadas pela Operação Satiagraha, investigação sobre o grupo do banqueiro Daniel Dantas. A operação foi conduzida pela Polícia Federal com a participação, na fase final, de agentes da Abin. Mesmo sem acreditar que o grampo tenha partido de dentro da Abin, Lacerda determinou abertura de sindicância e pediu que a PF investigue a denúncia sobre os grampos, publicada na revista "Veja" desta semana.

- Quero ver isso esclarecido definitivamente.

Lacerda cancelou a viagem que faria a Argentina

Segundo "Veja", agentes da Abin gravaram conversas de Gilmar, uma delas com o senador Demóstenes Torres(DEM-GO). A suspeita de Lacerda de que a gravação possa ter sido feita por alguém de fora da Abin se baseia, por exemplo, na data do grampo divulgada por "Veja". A conversa, um diálogo cordial entre Demóstenes e Gilmar, teria sido gravada em 15 de julho, cinco dias após uma varredura no sistema de telefonia do STF.

Lacerda, que estava no Rio, voou para Brasília na noite de sábado. Ele viajaria com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Félix, para a Argentina. Com o caso, cancelou a viagem. Félix conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele transmitiu a Lula a impressão de que a denúncia é grave, mas tem bases frágeis. A acusação estaria, diz "Veja", amparada em declarações de um servidor da Abin.

Em conversas reservadas, Lacerda disse que não faz sentido acreditar que servidores da Abin fariam as escutas ilegais. A lei não permite que a Abin faça monitoramento telefônico de qualquer espécie. Lacerda entende que o grampo colocaria em risco o emprego do agente e poderia contaminar a Operação Satiagraha, depois de anos de investigação.

- Só um estúpido faria uma coisa dessas - disse Lacerda a um interlocutor.

Críticas coincidem com ataques de José Dirceu

A reportagem trouxe à tona personagens centrais do embate travado na primeira fase da Satiagraha, quando Gilmar concedeu dois habeas corpus a Daniel Dantas. As críticas coincidem, em parte, com os ataques do ex-ministro José Dirceu a Lacerda. Em seu blog, Dirceu chamou de "lamentável" o depoimento de Lacerda na CPI do Grampo, quando ele negou que houvesse escuta no STF.

Lacerda acusa os críticos de fazer uma campanha para desconstruir instituições com a PF e a Abin. Sob o comando de Lacerda, entre 2003 e 2007, a PF fez mais de 300 grandes operações de combate à corrupção. As operações atingiram políticos, magistrados, empresários e lobistas. Agora, à frente da Abin, Lacerda tenta ampliar os poderes do órgão para investigar crimes como sabotagem, espionagem industrial e terrorismo.

Um comentário:

  1. VEJA, VEJA, VEJA, MEU DEUS QUEM AINDA DA BOLA PRA ESSA COISA,ELES QUEREM PORQUE QUEREM QUE TENHA GRAMPO NOS MINISTERIOS, ASSIM COMO FALOU A LONGUIQUO DE MELLO, QUE FALOU E FOI DESMENTIDO, ESSE GRAMPO QUANDO ESTIVEREM PERTO DO VERDADEIRO DONO DA ARTE, VEREM QUE NÃO INTERESSA A OPOSIÇÃO QUE VENHA A TONA, VAO DE NOVO MUDAR OS HOLOFOTES PRA OUTRO ASSUNTO FANTASIOSO, QUANTA PERDA DE TEMPO, TINHAM MESMO QUE TER PEGO O ALVARO DIAS NO CASO DO VAZAMENTO DE INFORMAÇÕES ISSO SIM.

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