Que falta Lula faz para Molon!


"Existem poucos petistas não lulistas e muitos lulistas não petistas". A conclusão do cientista político Gláucio Soares, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, resume a opinião de especialistas ouvidos pelo Jornal do Brasil para explicar o peso que eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderiam exercer na campanha do correligionário Alessandro Molon, que disputa a prefeitura da capital fluminense.

Em sétimo lugar na preferência do eleitor, com magros 3%, segundo a última pesquisa do Instituto Datafolha, Molon amarga a quarta colocação entre os candidatos da base aliada do partido – atrás de Eduardo Paes (PMDB) com 25%, Marcelo Crivella (PRB) com 21% e Jandira Feghali (PCdoB) com 12%.

Para o professor de ciências sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Felix Garcia, a ausência da figura de Lula na campanha de Molon cria dificuldade de associação na cabeça do eleitor.

– A disputa no mercado eleitoral dificulta o monopólio da imagem de Lula – explica Garcia. – O cenário apresenta uma esquerda fragmentada e as coligações com outros partidos confundem o eleitor.

A menos de três semanas das eleições, Lula teve primeira inserção ontem na propaganda eleitoral gratuita do PT. Não citou Alessandro Molon. O publicitário Hayle Gadelha avalia que o efeito da restrição implicou em programa que esforça-se em "provar que o candidato é petista, de modo a conseguir apoio de outros petistas".

– Acabou sendo uma propaganda centrada na imagem do petista como pessoa de boa família, íntegra. O que ele é. Mas as pesquisas mostram que esta linha foi ruim – reforça Gadelha. – Paes, por outro lado, engrenou no Rio, acertou na proposta de campanha. Outros tentaram brigar pelo mesmo espaço, que é a classe média conservadora.

Pesquisas internas realizadas pelo presidente do grupo Elipse Comunicação de Marketing, Giovani Marangoni, mostram que o apoio de Lula a candidatos de outros municípios do Rio afetam decisivamente a decisão do eleitor, principalmente o menos instruído.

– O povo não entende impedimento institucional, o comprometimento com coligações – explica o publicitário. – Há um grande prejuízo em relação ao eleitor de baixa escolaridade, que é o principal eleitor do Lula e do Brasil.

Já Gláucio Soares afirma que, pelo apoio do eleitor a Lula ser maior do que ao PT, a militância nas ruas a favor do Molon "esfriou". O pesquisador lembra que o PT nunca foi forte no Rio, o que dificulta ainda mais projeção de Molon.

– Lula governa em coalizão, por isso não pode se opor a Sérgio Cabral ou ao voto evangélico de Crivella – vaticina Soares, que diz acreditar, contudo, que o presidente não deve apoiar qualquer um dos dois no segundo turno.

Um comentário:

  1. Boa matéria Juliana. Tomei a liberdade de colocá-la no meu blog.
    http://blogdeumsem-mdia.blogspot.com

    Sds Carlos Dória

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