Lula fala com Niemeyer sobre reformas no Planalto


O mais importante endereço de Brasília, o Palácio do Planalto, onde despacha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está cheio de goteiras, mofo e gambiarras e precisa de uma revitalização urgente. A avaliação é do próprio Lula, que ontem se encontrou com o arquiteto Oscar Niemeyer para discutir uma reforma geral. Uma favela!, teria dito o presidente, segundo pessoas que acompanharam a conversa. Lula se queixou ainda do excesso de salas e paredes que, na avaliação do presidente, descaracterizaram o projeto original de Niemeyer, inaugurado por Juscelino Kubitschek em 1960.

Muitos presidentes que passaram por aqui fizeram pequenas modificações que desfiguraram o palácio,avaliou Lula. Grande parte dos puxadinhos e gabinetes foi erguida, no entanto, para abrigar os apadrinhados do atual governo. Estima-se que mais de 600 pessoas trabalham nos quatro andares e no subterrâneo do prédio principal. A meta é transferir 400 funcionários para outros prédios da Esplanada dos Ministérios. Atualmente, há 1.750 funcionários (já foram 3 mil) em todo o palácio, o que inclui os prédios anexos. Fala-se até em construir um quinto edifício.

Desde que o governo anunciou que, em junho de 2008, fecharia o palácio para reforma, ministros e assessores começaram a briga por quem voltaria a trabalhar em salas próximas do presidente. Assessores lembram que, na vida política de Brasília, trabalhar ao lado do presidente é símbolo máximo de status e poder.

Dos quatro ministros que despacham no Planalto, apenas a candidata de Lula para a sucessão de 2010, Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil, e Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social, têm espaço garantido no prédio quando a reforma terminar. Eles ocupam salas que estavam previstas no projeto de Niemeyer. Já os ministros Jorge Armando Félix, do Gabinete de Segurança, e José Múcio, da Secretaria de Relações Institucionais, ocupam gabinetes do 4º andar que estão num espaço onde antes era um vão livre. Lula quer novamente a área aberta, sem puxadinhos.

A reforma deve durar 14 meses. O governo pretende aproveitar o recesso de fim de ano para iniciar a mudança temporária do gabinete presidencial para o Centro Cultural Banco do Brasil, a 5 quilômetros da Praça dos Três Poderes. O Palácio do Buriti, um outro prédio da época da fundação da cidade, também poderá ser usado por Lula durante o período de reforma do Palácio do Planalto. O presidente espera reabrir o Planalto em abril de 2010, na festa de 50 anos de Brasília.

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