Venda de máquinas via Finame conserva ritmo em novembro e cresce 30% no ano


A venda de bens de capital por meio do sistema Finame, do BNDES, cresceu quase 30% no acumulado de janeiro a novembro, somando R$ 24,1 bilhões, um recorde. A expectativa do banco é fechar o ano com faturamento de R$ 26 bilhões, disse ao Valor Cláudio Bernardo Guimarães de Moraes, superintendente da área de operações indiretas do BNDES, informando que não sentiu nenhum arrefecimento na demanda por máquinas e equipamentos no mês passado. Ele destacou que em novembro as compras de bens de capital por intermédio de agentes financeiros do BNDES somaram R$ 2,3 bilhões - 21% mais que em igual período de 2007.

Na avaliação de Moraes, o fato de não ter ocorrido ainda uma desaceleração neste mercado se explica pelas decisões de investir que já foram tomadas. O que está sustentando as vendas do setor, que não foi tão atingido por um ritmo menor de atividade neste último trimestre do ano, como aconteceu com os bens duráveis, é a forte demanda de pequenas e médias empresas. "Elas estão comprando mais máquinas e equipamentos que as grandes." O que tem tido mais saída no Finame são caminhões (compras já feitas antes da crise) e bens seriados, como tornos e máquinas industriais.

Com base na carteira de pedidos do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), que reúne Finame, Finame Leasing e Finame Agrícola, o superintendente da área de operações indiretas acredita que há ainda expectativa de crescimento das vendas de bens de capital em 2009.

As operações indiretas são feitas através dos bancos listados como agentes financeiros do BNDES. Os agentes recebem os pedidos das empresas e os remetem ao BNDES após avaliá-los e o banco lhes repassa recursos para liberar o crédito. O custo desse dinheiro para as grandes empresas é de TJLP (6,25% ao ano), 1,4% de spread, e mais o spread do agente, que é livre. Para as micro, pequenas e médias o custo é TJLP mais 0,9% de spread do banco e o spread livre do agente.


Moraes disse que os agentes subiram o spread no ápice da crise, em setembro/outubro, chegando até a 1%, ante spreads anteriores de 0,6% a 0,7%. "No auge da crise eles deram umas pancadas para cima, quando antes vinham caindo ano a ano." Agora já existe uma tendência de queda dos spreads do agente financeiro associada a mudança na curva dos juros de longo prazo, que vem caindo. "Antevejo uma volta dos spreads nos níveis de antes da crise", avalia o executivo do BNDES. Ele não esconde que houve uma "chiadeira" grande quando os spreads subiram.

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