O Banco de Tóquio-Mitsubishi UFJ e o Banco do Japão para Cooperação Internacional (JBIC, na sigla em inglês) informaram ontem que assinaram em 25 de dezembro um projeto de financiamento de US$ 250 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou o JBIC. Os recursos serão usados para desenvolver uma rede ferroviária de carga no Brasil. Em 2005 o BNDES pegou um empréstimo de US$ 300 milhões, com prazo de 10 anos, com o JBIC e outros US$ 200 milhões, pelo mesmo período, com o Banco de Tóquio-Mitsubishi UFJ para desenvolver projetos de infra-estrutura.
O JBIC vai repassar US$ 150 milhões, enquanto o Banco de Tóquio responderá pelos outros US$ 100 milhões. A parcela de recursos do Tóquio-Mitsubishi UFJ será garantida pelo JBIC.
Para o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Julio Fontana, parte dos recursos poderão ser aplicados nos projetos de expansão da malha da MRS Logística da América Latina Logística (ALL). Julio Fontana, que também é presidente da MRS, disse que esses são projetos que estão em andamento no BNDES, que já foram aprovados e dependem da liberação dos recursos.
"Hoje não existe uma linha específica no BNDES para expansão da malha ferroviária. Há financiamento para material rodante e para projetos em segurança ao longo da malha do País", disse Fontana. Segundo o executivo, a MRS tem aprovado no BNDES, um financiamento de R$ 400 milhões para projeto de expansão da empresa.
O plano, conforme Fontana, previa o transporte de 200 milhões de toneladas de carga em 2010. "Para isso, temos várias obras de duplicação de linha, contornos ferroviários. O projeto já foi aprovado pelo BNDES e estamos aguardando a liberação dos recursos", disse Fontana.
O executivo, no entanto, afirmou que será difícil a MRS conseguir alcançar este volume já em 2010. "Os planos mudaram com a crise econômica mundial. Nos últimos meses de 2008, nosso movimento caiu muito e fechamos o ano com o transporte de 136 milhões de toneladas, bem abaixo da previsão de 150 milhões de toneladas que havíamos feito no início de 2008", disse Fontana, acrescentando que para este ano a empresa espera transportar cerca de 145 milhões de toneladas. "O cenário ainda está muito nebuloso, não temos perspectiva de como se comportará o mercado nos próximos meses".
Expansão no Mato Grosso
Já o projeto da ALL, que está aguardando liberação de financiamento do Banco, prevê a construção do trecho ferroviário ligando Alto Araguaia a Rondonópolis, ampliando em 250 quilômetros a extensão da malha ferroviária no Mato Grosso. O investimento de R$ 700 milhões será feito por um grupo de investidores liderados pela Constran S/A - Construções e Comércio, o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo Serviço - FI - FGTS, da Caixa Econômica Federal, e o InfraBrasil, Fundo de Investimento em Participações, do Banco ABN. A obra deverá ser concluída em 2010.
Ao contrário do que ocorre nos contratos de concessão, o trecho será arrendado pela ALL, ou seja, a companhia terá o direito de passagem, pagando um valor pré-estipulado para circulação. O contrato tem duração de 25 anos e depois será incorporada à ALL.
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