A esperada reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a cúpula do PMDB deve acontecer hoje ou amanhã. Lula voltou na sexta-feira de suas férias em Pernambuco e na Bahia e vai chamar os pemedebistas para discutir a sucessão no Congresso, especialmente no Senado. O presidente do partido e candidato à presidência da Câmara, Michel Temer (SP), avisou que não vai, pois quer desvencilhar sua disputa daquela travada no Senado. Não existe, pelo menos por enquanto, confirmação sobre se Lula vai conversar em separado com o senador José Sarney (PMDB-AP) antes de se reunir com os demais senadores da legenda.
Lula vai entrar pessoalmente na disputa porque teme que ela gere desgastes para a coalizão de governo, sobretudo na relação entre os dois principais partido da base - PT e PMDB. O assunto também deve ser debatido na reunião da coordenação política de hoje. Para o governo, o cenário mais tranqüilo seria Tião Viana (PT-AC) na presidência do Senado e Michel Temer (PMDB-SP) na presidência da Câmara. Mas o fantasma da candidatura Sarney paira no ar e deixa a disputa indefinida.
O quadro é tão nebuloso que o atual presidente do Senado, José Garibaldi Filho (PMDB-RN), que apresentou seu nome à reeleição, ligou ontem mais uma vez para Sarney para perguntar se ele é ou não candidato. Jura que mudou de idéia ao perceber que seu correligionário estava gripado. E buscou amparo na sua bancada para fortalecer o próprio pleito. "Se os 19 senadores do PMDB me pedirem para desistir da candidatura, eu desisto", afirmou.
Garibaldi reconheceu, no entanto, que Sarney tem influência suficiente para comandar um pedido deste porte. Na semana passada, um experiente senador pemedebista confirmou ao Valor que o desejo da bancada é que Sarney, não Garibaldi, seja o candidato. "A candidatura Garibaldi não tem sustentação jurídica. Ela foi lançada porque é inadmissível que tenhamos o quarto partido da Casa (no caso o PT) presidindo o Senado", declarou o pemedebista.
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