Deputado-galã mentiu sobre devolução


Fábio Faria só ressarciu Câmara após ser revelado que ele dera passagens a artistas

Diante da repercussão negativa da denúncia de que o deputado Fábio Faria (PMN-RN) usou cotas de passagens aéreas da Câmara para beneficiar a ex-namorada Adriane Galisteu, parentes dela e outras celebridades, o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), anunciou ontem que aguarda explicações do deputado para enviar o caso à Corregedoria. Na véspera, Temer dissera apenas que caberia a Faria se explicar.

Segundo os assessores do gabinete, Fábio Faria não esteve ontem em Brasília. Os funcionários também não sabiam dizer se o deputado encaminhara ou não as explicações pedidas por Temer. Além do uso fora do padrão da cota de passagens da Câmara, Faria mentiu ao afirmar, primeiro, na manhã de terça-feira, que já havia devolvido parte dos recursos à Câmara. Eles só fez isso, de fato, na tarde do mesmo dia.

Dinheiro público pagou viagens, inclusive internacionais, para 12 pessoas Faria usou a cota da Câmara, entre 2007 e 2008, para comprar passagens para Galisteu, a mãe dela, Emma, e amigos da apresentadora, inclusive para os Estados Unidos.

Ao todo, entre 2007 e 2008, ele usou a cota de passagens da Casa para custear viagens de 12 pessoas. Depois que a reportagem foi divulgada pelo site Congresso em Foco, Faria ressarciu R$ 21,3 mil aos cofres públicos. Considerando preços de mercado só para os 12 vôos do Rio e de São Paulo para Natal, ida e volta, esse custo atingiria mais de R$ 35 mil.

Isso sem contar os vôos internacionais — feitos pela ex-sogra e por amigos do deputado — e os vôos feitos por Adriane Galisteu.

A assessoria do deputado informou que não foram ressarcidos os valores referentes às sete passagens utilizadas por Adriane porque ela era sua companheira à época. O que tem sido considerado mais grave, porém, foi o fato de Faria pagar passagens para três artistas que participaram do camarote Athlética, de sua propriedade, no carnaval fora de época realizado em Natal (RN), o Carnatal. Negócio com o qual o deputado tem lucro financeiro.

Em 2007, marcaram presença os atores Kayky Brito, Sthephany Brito e Samara Fellipo.

Os convites do camarote, que tinha como maior atrativo as celebridades, custavam entre R$ 500 (mulheres) e R$ 700 (homens).

Os atores informaram não saber que eram passagens da Câmara.

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