Governo estuda atrelar o rendimento da poupança à Selic


Apesar das fortes resistências políticas dentro do próprio governo, a equipe econômica tem acelerado os estudos para buscar uma solução para a poupança. Há praticamente um consenso na equipe de que a queda do juro torna inevitável mexer no rendimento da poupança, atualmente fixado em TR mais 6%. Hoje, com a Selic em 10,25%, os juros reais estão em cerca de 5,8%.
Nos últimos dias, surgiu uma proposta alternativa que começa a ganhar força dentro da equipe econômica. A de atrelar o rendimento da poupança à Selic, a taxa básica de juros da economia. Ou seja, a poupança passaria a render um percentual da Selic, o que resolveria uma parte do problema.
A ideia conta com a simpatia de muitos integrantes da equipe econômica, mas se esbarra em outro problema: se, eventualmente, os ventos mudarem e o Banco Central for obrigado a novamente subir os juros. O rendimento da poupança iria subir novamente e, de novo, eventualmente, ficar acima de outras aplicações de renda fixa.
Os estudos estão sendo conduzidos na Fazenda pelo secretário Bernard Appy e o martelo ainda não foi batido. Há outras propostas na mesa. Uma delas, por exemplo, que ainda não foi abandonada de vez, é a de tributar os grandes aplicadores com a cobrança do Imposto de Renda -a partir, por exemplo, de aplicações acima de R$ 100 mil. Essa ideia já teve mais força na equipe econômica, mas ainda tem um número grande de adeptos. É a que conta com maior apoio dos políticos.
Há outras alternativas que estão sendo discutidas, como a de recomendar que os próprios bancos recusem grandes aplicações. A ideia pode não ser muito simpática, mas parece não haver empecilhos legais. Os bancos poderiam fazer isso, a partir de uma determinação do governo.
As discussões vão prosseguir nos próximos dias e, se depender da área política do governo, nenhuma decisão sairá tão cedo. O melhor seria empurrar com a barriga até quando for possível.
O maior temor é de a mudança na poupança ser utilizada como forte bandeira da oposição nas eleições presidenciais de 2010.

Um comentário:

  1. Ia ser o fim da picada. Prá que dar munição pra essa cambada?

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