Aliados condicionam CPI do PSDB à retomada de cargo na das ONGs

Eles querem CPI para privatizar a Petrobras

Sem entendimento na base do governo, a instalação da CPI da Petrobrax no Senado foi adiada ontem. PT e PMDB divergem sobre a indicação do presidente e do relator da comissão, mas argumentam que ela não foi iniciada ontem por culpa da oposição. Os líderes governistas afirmaram que só haverá a CPI quando PSDB e DEM concordarem em devolver a relatoria de outra CPI, a das ONGs, para a base governista.

Até a oposição esvaziou a reunião que instalaria a CPI. Às 14h, hora marcada para o início da sessão, apenas os senadores Paulo Duque (PMDB-RJ), que presidia a reunião, e Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), estavam presentes. Menos de 15 minutos depois, Duque encerrou a sessão. Minutos depois, os senadores do PSDB Sérgio Guerra (PE) e Arthur Virgílio (AM) chegaram à sala e criticaram os governistas. "Eles têm medo da apuração, de não aguentarem as denúncias", disse Virgílio, líder do PSDB. "Não há dúvida de que o governo não quer investigar a Petrobras", reclamou Guerra. A oposição prometeu obstruir as próximas votações no plenário do Senado, até que a CPI seja instalada.

Na semana passada, com a nomeação do Inácio Arruda (PSdoB-CE) para titular da CPI da Petrobras, o presidente da CPI das ONGs, Heráclito Fortes (DEM-PI), destituiu Arruda da relatoria da comissão que preside, com base no argumento de que o regimento da Casa não permite a um parlamentar ser titular de duas comissões; e indicou o tucano Arthur Virgílio. Virgílio prometeu investigar na CPI das ONGs os contratos da Petrobras.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), protocolou um pedido de revisão do caso junto à presidência do Senado e disse que recorrerá também à Comissão de Constituição e Justiça. "Eu banquei o acordo na CPI das ONGs, que o comando seria dividido entre base e oposição. Me sinto traído agora, com a quebra do pacto", afirmou. "Na hora em que resolverem isso a CPI da Petrobras será instalada". Jucá diz que precisa definir a definição sobre a situação de Inácio Arruda. " Se ele for titular na CPI da Petrobras, poderá ser o presidente da comissão".

O impasse ajuda na tentativa de esvaziar a CPI , avaliam senadores do PT e PMDB. Sem acordo com a oposição nesta semana, é improvável que a comissão seja instalada na próxima, devido ao feriado de Corpus Christi. O governo tentará protelar até o fim do mês e conta com o recesso de julho para desviar o foco da CPI.

A falta de entendimento dentro da base no Senado preocupa o governo. O ministro das Relações Institucionais, José Múcio, conversou ontem com os líderes do PMDB, Renan Calheiros (AL), e do PTB, Gim Argello (DF). "Precisamos é manter o equilíbrio, não estabelecer nenhuma queda de braço dentro da própria base", disse Múcio. No fim da tarde, Múcio voltou ao Senado e reuniu-se com Marconi Perillo (PSDB-GO), vice-presidente do Senado. Ele está no comando da Casa devido o afastamento de cargo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para acompanhar a operação de sua filha Roseana Sarney. O governo temia que Perillo instalasse a CPI, em uma manobra regimental. A oposição aposta na instalação da CPI nesta semana.

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