O jornalista e escritor americano Gay Talese, um dos principais convidados da 7ª Festa Literária Internacional de Paraty,disse em entrevista a jornalista Mônica Bergamo, que é um obcecado pelos detalhes, pelo rigor e que por isso, também é crítico ácido da imprensa. Além de seus 11 livros, Talese é famoso pelos artigos que escreveu em revistas como "Esquire". Para Talese, Michael Jackson é bom exemplo do que pior tem acontecido no jornalismo. "A imprensa deve desculpas a Michael Jackson", diz. "A forma como o trataram é horrível."
Para ele, os problemas do astro pop -drogas, isolamento- se agravaram pela forma irresponsável com que a imprensa lidou com as acusações de abuso sexual que pesavam sobre ele. "Morreu difamado antes de ter morrido." "Seja qual for a razão que o legista der para a morte, não vai fazer diferença.
Ele começou a morrer quando as acusações ganharam as manchetes. Em conluio com os acusadores, estava a mídia americana." "Agora que Michael Jackson está morto todos se lamentam, como se sua morte fosse uma tragédia nacional. Mas ele já era uma tragédia nacional todos esses anos e ninguém o ajudou. Viveu em infâmia." Para Talese, o jornalista deve se formar na busca obsessiva pela verdade, como se fosse uma religião. Os olhos brilham quando se lembra de seu começo no "New York Times", nos anos 50, quando a redação era o local em que se contava "o menor número de mentirosos" do país. Mas isso é passado.
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